Hoje, 10 de novembro, é o dia que marca a distância de três meses para, oficialmente, começar o carnaval. Previsto para o Sábado de Zé Pereira “cair” no dia 10 de Fevereiro, que para nós, antonenses, esse dia passou a ser grafado como o “Sábado do ETSÂO”, aqui e acolá, já tem gente colocado, através das redes sociais, seu “bloco” na rua.
O folião local mais saudosista estufa o peito para dizer que o carnaval bom era o do seu tempo!! Já os mais jovens realçam que esse (agora) é o tempo, até porque ninguém pode sentir saudade daquilo que não vivenciou. Polêmicas à parte, gostaria de dizer que essa discussão não é nova, na terra de José Marques de Sena.
Outro dia, revirando meus arquivos deparei-me com uma nota, escrita pelo eterno José Aragão, há exato meio século (1967), cujo título era: “Carnavais de Outrora”. Nela a polêmica e o assunto central…..
“É bem certo que tudo passa sobre a terra. Que a evolução é condição essencial da contingência humana.
Por isso não se há de estranhar tenha o nosso Carnaval, aqui, como em toda parte, sofrido radical transformação.
Para Melhor? Para Pior? Isto depende do ângulo em que se coloca o observador.
Os que não conheceram os carnavais de outrora, nem o doce encanto da vida em outros tempos, estranham se diga que o carnaval de hoje é bem inferior aos de trinta, quarenta ou cinquenta anos atrás. Estranham e contestam.
Os remanescentes desses bons tempos pedem, apenas, se faça um cotejo entre as realizações de ontem e as de hoje, observada fielmente a lei das compensações, para concluir que, nos carnavais de outrora, havia mais alegria, comunicabilidade, exuberância, bom gosto e etc.”
Pois bem, mesmo cinquenta anos depois o artigo do Mestre Aragão continua ATUALIZADÍSSIMO!!!