Mesa Diretora da Assembleia Legislativa dá um péssimo exemplo às gerações futuras!

Na tarde de ontem (28) ao me encontrar no Pátio da Matriz com o amigo Antônio Freitas ele foi logo me dizendo: “tenho uma coisa para lhe mostrar”. Sacou da carteira um recorte de jornal e após minha atenta leitura, questionou: “você, que sabe escrever, deveria fazer alguma coisa no seu blog”.

Apesar de naquele instante já haver realizado a minha costumeira leitura nos três grandes jornais Capital, confesso que se não fosse à interferência do amigo Antônio Freitas o fato, por mim, haveria de passar em “brancas nuvens”. Não observei a nota, publicada no Jornal do Commercio (ontem -28), na pag 19 – Opiniões. Eis a nota:

Pois bem ao ler a referida nota, escrita pelo senhor Franklin Santos (não o conheço), assim como o amigo Antônio Freitas, fiquei indignado. Comprometi-me, com ele e comigo mesmo, escrever uma espécie de desagravo, para salvaguardar a memória do ilustre Joaquim Nabuco.

Como “prudência e canja de galinha não faz mal a ninguém”, hoje, antes de escrever  “carregando nas tinhas”, sobre esse episódio,  entrei em contato com a superintendência de comunicação da ALEPE – Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, através do telefone 3183-2211.

A primeira pessoa que me atendeu foi senhora Malú. Identifiquei-me e relatei o conteúdo da nota. Ela, sem maiores delongas, disse não saber do fato e logo transferiu a ligação para outra pessoa. Atendeu-me, então,  Felipe Marques. Esse, com muita educação e preparo, disse haver um mal entendido no conteúdo da nota aludida e que eles já estavam redigindo uma explicação.

Na verdade, segundo falou-me Felipe, não existe troca de nomes, até porque no atual plenário não existe nome algum. A proposta da Mesa Diretora da casa é dá nome – Eduardo Campos – ao plenário do novo prédio que está sendo preparado na Rua da União. O atual – Palácio Joaquim Nabuco – continuará com o mesmo nome. Com as explicações do senhor Felipe, respirei mais aliviado.

O “crime” praticado pela mesa diretora, capitaneado pelo seu presidente, Guilherme Uchoa, doravante, passa a ser, por me catalogado, como de “menor potencial ofensivo”. Ainda me utilizando das informações do senhor Felipe Marques, o novo prédio da ALEPE se chamará Miguel Arraes de Alencar.

De posse de todas essas informações não posso deixar fazer algumas ponderações:

Ora! Num seria um excesso de bajulação colocar o nome do avô (Miguel Arraes)  e do neto (Eduardo Campos), de uma só vez, no novo prédio do Poder Legislativo do Estado? Acho que sim!!

Não obstante haverem sido governadores da nossa Província e políticos nacionalmente conhecidos, Pernambuco tem história! A nossa Capitania não começou com os “Arraes”… Nas nossas terras derramou-se muito sangue por liberdade, igualdade e devoção: Restauração Pernambucana, Revolução de 1817, Confederação do Equador (1824) e a Insurreição Praeira, no segundo reinado são inequívocos exemplos de episódios que revelaram figuras emblemáticas à consolidação da Nação Brasileira.

Aliás, sem sair da seara política, cuja liturgia é algo próprio, distante dos discursos e fora da lógica aplicada a toda sociedade, na própria composição da Mesa Diretora da ALEPE e nas arrumações das chapas majoritárias – governador, vice e senadores – aplica-se à regra da proporcionalidade, sob o argumento do equilíbrio: nunca se privilegiando uma só corrente política. Ou num é? Não se pode, sob qualquer argumento, apagar a história de quem quer que seja. Acho que os senhores deputados, se assim procederem, estão dando um evidente atestado de sucinto conhecimento histórico e um obtuso mau exemplo às gerações vindouras.

De resto encerro essas linhas dizendo que não consigo encontrar elementos mínimos para tentar comparar Joaquim Nabuco com Eduardo Campos – o que não foi ocaso.  Ao tentar realçar seus feitos, suas obras, suas contribuições coletivas, seus exemplos na vida terrena – em tempos diferentes – só consigo dizer que quanto mais o tempo passa o nome de Joaquim Nabuco aumenta de estatura, na medida em que o de Eduardo Campos apodrece, no transcorrer da operação Lava Jato.

1 pensou em “Mesa Diretora da Assembleia Legislativa dá um péssimo exemplo às gerações futuras!

  1. Amigo Pilako ouvi dizer que vc vem estudando, ou seja, fazendo um curso de história, fico mais ou menos feliz, por isso….
    Você acerta em elogiar o Gigante Joaquim Nabuco, posto que querer alçar um politico da atualidade chamado Eduardo Campos a altura do ex-senador e monarquista, abolicionista, é no minimo: doloroso.
    Mas me deixa apreensivo que vc, Pilako, que estuda, não sabe que, ou não ressaltou no seu artigo, as mais importantes caraterísticas de Joaquim Nabuco: ABOLICIONISTA, ESTADISTA, E MONARQUISTA.
    Bom amigo Pilako deixar de ligar a figura de Joaquim Nabuco ao amor que o mesmo nutria pelo regime monarquista, é reduzir a grandeza do mesmo, e, de certa forma, pô-lo na mesma cova de Eduardo Campos, que era republicano, socialista, abortista, gaysista, e se verdade, corrupto.
    O amor de Joaquim nabuco pela família Imperial era tanto que assim falou:
    Disse Nabuco:

    “No dia em que a Princesa Imperial se decidiu ao seu grande golpe de humanidade, sabia tudo o que arriscava. A raça que ia libertar não tinha para lhe dar senão o seu sangue, e ela não o queria nunca para cimentar o trono de seu filho. A classe proprietária ameaçava passar-se toda para a República, seu pai parecia estar moribundo em Milão, era provável a mudança de reino durante a crise , e ela não hesitou: uma voz interior disse-lhe que um grande dever tem que ser cumprido, ou um grande sacrifício que ser aceito. Se a Monarquia pudesse sobreviver à abolição, esta seria o apanágio. Se sucumbisse, seria o seu testamento…”
    Veja amigo Pilako a grandeza de espirito do Joaquim Nabuco! Reconheceu a grandeza dos atos monarquistas, e o preço pagado pelos mesmos.
    Em 1890, antevendo sua convocação para a Constituinte de 1891, publica a compilação “Porque continuo a ser monarchista”, carta ao Diário do Commércio, a qual reproduzo uma parte:

    “A história recordará como uma das mais originais essa monarquia brasileira que não era militar, nem clerical, nem aristocrática, e por isso derribada pelo exército, depois da revolta do escravismo, entre a indiferença da igreja. Se o Brasil fosse uma das grandes nações do mundo, seria uma grande casa reinante essa curta dinastia que deu a metade do seu trono para fazer a Independência e a outra fazer a Abolição.
    Estou pronto a dizer-me republicano, mesmo com a certeza da restauração diante de mim, se se modificar em meu espírito a convicção de que a república no Brasil há de ser fatalmente uma forma inferior de despotismo, desde que não pode ser uma forma superior de anarquia; não basta, porem, a certeza que tem todos de que a monarquia não voltará mais, para eu deixar de ser monarquista
    Monarquista sem esperança de monarquia, para que serve?
    Serve para não ser republicano sem esperança de liberdade. ”

    Sua descendência não envergonha sua ascendência ilustre, vindo seu trineto, Bernardo de Almeida Braga Rato, a casar-se com uma descendente do fundador do Império do Brasil, sendo ela Dona Maria Francisca de Orleans e Bragança, filha de Dom Eudes e Dona Mercedes, por conseqüência neta de Dom Pedro Henrique, Chefe da Casa Imperial do Brasil, de 1921 a 1981, este, neto da Princesa Dona Isabel e bisneto do Imperador Dom Pedro II. Bernardo de Almeida Braga Rato é descendente de Joaquim Nabuco por sua mãe, Maria do Carmo Nabuco de Almeida Braga, esta, filha de Sylvia Maria da Glória de Mello Franco Nabuco, sendo por sua vez, filha de José Tomás Nabuco de Araújo, e este, filho de Joaquim Nabuco.

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