Operação Lava Jato: “O Quinto do Ouro” – o cerco tá se fechando!!!

Na manhã de hoje (29), através do noticiário televisivo, tomei conhecimento de mais uma fase da Operação Lava Jato, desta feita, intitulada “O Quinto do Ouro”. A referida expressão faz uma ligação direta com o termo surgido no então Brasil- Colônia, o famoso “Quinto dos Infernos”.

Aliás, narram os historiadores que a expressão diz respeito ao tanto (20%), que obrigatoriamente, pagava-se de imposto à Coroa Portuguesa, na extração do ouro brasileiro. Diz-se também que a origem da frase, dita pelos nobres, na direção dos cobradores de impostos era: “vá buscar o quinto nos infernos”. Em Portugal, nessa mesma época, as pessoas também se referiam às nossas terras como lugar distante e remoto, usando a mesma expressão: “lá nos quintos dos infernos”.

Pois bem, dentro do mesmo tema – Operação Lava Jato – recentemente, a ex-corregedora nacional de justiça, Eliana Calmon, colocou mais um ponto de interrogação na atuação  da magistratura brasileira, em todas as esferas, no que diz respeito à isenção. Disse ela:

” A Odebrecht passou mais de 30 anos ganhando praticamente todas as licitações que disputou. Enfrentou diversas empresas concorrentes, muitas com uma expertise semelhante, e derrotou todas. Será que no Judiciário ninguém viu nada? Nenhuma licitação equivocada, um contrato mal feito, que ludibriasse e lesasse a nação? Ninguém viu nada? Por isso eu digo que algo está faltando chegar até este poder. Refiro-me ao Judiciário como um todo, nas três instâncias”

E ainda completou:

“Na minha terra, na Bahia, todo mundo sabia que ninguém ganhava nenhuma causa contra a Odebrecht nos tribunais. O que eu questiono é que em todas estas décadas em que a empreiteira atuou como organização criminosa nenhum juiz ou desembargador parece ter visto nada… E até agora nenhum delator mencionou magistrados”

Muito bem, diante das declarações de quem tem autoridade para falar da “cozinha” do Poder Judiciário, parece-me que, com essa operação (Quinto do Ouro), deflagrada pela Polícia Federal, hoje, na direção dos conselheiros do Tribunal de Contas e da Assembleia Legislativa, ambos do Estado Rio de Janeiro, começa-se alcançar um grupo de “comparsas” estratégico, no sistema endêmico da corrupção, no País da novela e do Futebol.

É justo que o  Estado de Rio de Janeiro, principal locomotiva cultural, social e econômica do então  Brasil, pós  independência, , seja também o primeiro a ser assepsiado no contexto da corrupção nacional, que aliás, devemos dizer: o sistema, lá implanto, para roubar a nação,  em maior ou menor grau, também é moeda corrente em todos os estados da federação. Não tenho a menor dúvida de que o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, não inventou a “roda”, muito menos o “fogo”, que por hora lhe queima, assim como sua mulher e  boa parte do seu bando. “Espremendo”, o sistema nos estados, e depois nos municípios, logo logo o “carnegão” também aparecerá.

Portanto, na qualidade de brasileiro comum, começo a colocar ainda mais fé nos magistrados que comandam a histórica Operação Lava Jato e que tem, entre outros objetivos, entregar o Brasil aos brasileiros, algo, diga-se de passagem, que nunca ocorreu, nos seus 517 anos, dois meses,29 dias e algumas horas de “ocupação”.

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