Por conta do grande evento da Presidente Dilma e do Candidato ao Governo Estadual, Armando Monteiro, na última quinta-feira (04), passei boa parte do dia no Recife. Durante a tarde comecei a receber ligações telefônicas de alguns amigos, questionando-me sobre a “macha à ré” do ex-prefeito José Aglailson no tocante ao apoio, por ele anunciado, à candidatura de Armando Monteiro. Só tive tempo de me inteirar dos noticiários sobre este episódio durante a sexta (05). Por conta de algumas atividades, só hoje (09) pude escrever, sobre este assunto.

De fato, Aglailson enganou a todos. Armando, Humberto, João Paulo, Paulo Rubem e Ricardo Teobaldo, pois, no sábado,  23/08/2014, dia em que ocorreu o anúncio da sua adesão à Coligação Pernambuco Vai Mais Longe, aconteceu um almoço no Restaurante Carnes & Galetos, aqui em Vitória, onde ele – Aglailson – participou, juntamente com outras pessoas e o empresário Elias Meu Fi. Este evento, inclusive, foi noticiado aqui no blog. 

Durante as intervenções orais, das lideranças da Coligação Pernambuco Vai Mais Longe, todos fizeram referência nominais ao ex-prefeito José Aglailson, dando-lhe, inclusive, as boas vindas ao seu novo grupo político.

Como eu estive presente neste ato, e escutei atentamente os oradores que se reversaram ao microfone, posso afirmar que, em nenhum momento,  o ex-prefeito, José Aglailson, disse algo diferente. Muito pelo contrário, ele agradeceu a todos, balançando a cabeça em sinal de confirmação e satisfação por ali estar. O Senador Humberto Costa, inclusive se referiu a ele, carinhosamente, pelo codinome:  “meu irmãozinho”.

Neste dia, Aglailson fez a seguinte declaração à imprensa:

“Estive ao lado de Miguel Arraes e de Eduardo Campos por mais de 20 anos. Hoje declaro apoio a Armando por considerá-lo o candidato mais preparado. É uma pessoa simples, mas com muita experiência, uma grande trajetória política. Ele é sem dúvida o nome mais capaz de fazer Pernambuco avançar, principalmente no interior”.

Para Aglailson desmentir o que disse à Imprensa no dia da sua adesão ao palanque de Armando, na última quinta-feira (04), ele mudou de conversa e disse à imprensa o seguinte:

“Eles me procuraram e nós conversamos. Mas não declarei apoio em momento algum. Eu disse que ia conversar com minhas bases políticas, meus aliados em Vitória, e daria uma resposta depois”

E para “amarrar” sua volta ao palanque da Frente Popular, ou seja, para Paulo Câmara disse Também:

“Tivemos uma conversa muito boa. Ele me falou do seu compromisso com Vitória e das ações que pretende fazer pelo município; na Saúde, Educação, geração de empregos. Não há qualquer dúvida sobre de que lado estou. Apoio Paulo com sangue, suor e lágrimas”.

Muito bem, para quem acompanha de perto os acontecimentos políticos, quer sejam, no Brasil, em Pernambuco e em nossa terra, Vitória de Santo Antão, o que José Aglailson, na situação em  que se encontra fez, não chega a ser o fim do mundo.

Por outro lado, vale ressaltar, para quem disputada voto a voto uma eleição todo apoio é importante. É nessa hora, que os postulantes “fecham os olhos” e aceitam todo tipo de apoio. Democraticamente, todo voto é igual. Tem o mesmo valor o sufrágio  do mais alto empresário quanto o do mais modesto ambulante. O voto do traficante e  do ladrão, tem o mesmo peso na urna que o voto do comandante do batalhão de polícia, para se ganhar o pleito, corre-se até atrás de voto de qualquer VIGARISTA FICHA SUJA.

Se voltamos um pouco na “fita do Tempo”, veremos que os lances de traição, envolvendo José Aglailson e o seu grupo Político, comandado pelo ex-Governador  Eduardo Campos, morto prematuramente, teve vários capítulos.

Eduardo foi o principal fiador da primeira  eleição – 2000 – para prefeito de Aglailson. Depois de eleito, Aglsilson, junto com seus filhos, desprezaram Eduardo e seus auxiliares, pois naquele tempo o “manda-chuva” no Estado era o então Governado Jarbas Vasconcelos, Eduardo estava em baixa devido aquele caso dos precatórios e, portanto, seu grupo de cúpula do PSB estava “exposto ao sol e à chuva”.

Mesmo assim, eleito Deputado Federal em 2002,  Eduardo assumi o  Ministério  da Ciência e Tecnologia no primeiro Governo LULA, e em 2004 vem à Vitória para “dá Carga” na reeleição de  prefeito de Aglailson.  Chega, inclusive,  dá “Carteirada” em autoridades no Pátio da Matriz por conta de um desfile em motos em pleno dia de eleição.

Em 2006, tendo como principal cabo eleitoral o Presidente LULA, Eduardo se elege Governador de Pernambuco  e começa dar o troco a José Aglailson. O Cacique vitoriense tenta emplacar o seu filho na primeira Secretária da Assembleia com o aval do Governador e recebe um sonoro NÃO. Ocorrendo a mesma negativa em todas as eleições da Mesa na Casa. Aglailson Júnior, coitado, não teve força nem para chegar a disputar o cargo.

Querendo sensibilizar e tapear o Governado Eduardo Campos, José Aglailson, em um  comício da Praça Duque de Caxias, nas eleições de prefeito em 2008, disse a todos pulmões: “Eduardo, tome conta dos meus filhos.

Em 2010, depois de montar a maior engenharia política no estado para conquistar a reeleição e fazer o maior números de deputados federais e aumentar a sua própria bancada (PSB),  o Governador Eduardo Campos, não aceita a candidatura de deputado federal do grupo dos Queralveres e força Aglailson a ficar inelegível, quando o mesmo, todos lembram, protagonizou a sua saída do PSB – em 2009 –  se filiando ao PSDB de Sergio Guerra. Tudo Teatro.

Nas eleições para prefeito de 2012, o Governador Eduardo Campo enfraqueceu, ainda mais,  o Grupo dos Queralvares em Vitória, quando aceitou o “pulo” do seu principal opositor na cidade, prefeito Elias Lira, para fazer parte da sua base política.

Nesta mesma eleição – 2012- em um comício no bairros Maués,  para passar a impressão de fidelidade ao Governador Eduardo Campos, Aglailson disse que queria está vivo para vê-lo presidente do Brasil e pediu, em tom “emocionado” que seus familiares,  presente no ato, nunca deixasse de está ao lado de Eduardo.

Ora !! quando chega 2014,  após a morte inesperada de Eduardo Campos e com a dianteira nas pesquisas de Armando Monteiro o primeiro a pular fora do grupo  foi o próprio autor da frase. Outra “diarreia” mental protagonizada por Aglailson, só que no início deste ano (2014), foi o anúncio do apoio  à candidatura do primo e ex-aliado, deputado Henrique Queiroz.

Não podemos, sob qualquer argumento, ignorar a trajetória política vitoriosa de José Aglailson. Foi vereador, deputado e prefeito. Ganhou mais do que perdeu. Mas, tanto na cidade quanto em todo Estado é  reconhecido como um político folclórico e não cumpridor de acordos. Engana a todo que dele se aproxima, inclusive com quem faz negócios financeiros.

Já houve tempo na política em que as pessoas preferiam deixar a vida pública de que mudar de lado, existia-se VERGONHA NA CARA. É bem verdade, que a política comercializou-se, principalmente para os políticos de carreira familiar, como é o caso de Aglailson, que criou os filhos nessa prática e fez fortuna na atividade.

Chega, portanto, Aglailson, na sua fase mais difícil. Com idade avançada, beirando os 80 anos, fora do próximo jogo sucessório local, sem credibilidade na cidade e muito menos com os dois principais postulante que  possivelmente sentarão  na cadeira de Governado a partir de 2015, Aglailson, aos poucos,  está se tornado um fardo pesado de se carregar.

Em um passado não muito distante, Aglailson usava  sua televisão para  blasfemar. Se auto-intitulava MITO. Na verdade, com o passar do tempo, tornou-se uma múmia política, um verdadeiro cadáver ambulante.

Como exemplos de “mitos” recentes, podemos citar Michel Jackson, que teve no seu funeral um evento  transmitido para os quatro cantos do mundo. já para os verdadeiros fãs do mito Elvis Presley, a máxima continua: ELVIS NÃO MORREU.

Para encerrar este artigo, poderia dizer o seguinte:  se nas próximas pesquisas de intenção de voto   o candidato Armando Monteiro pontuar à frente,  novamente do seu principal concorrente, Aglailson, “desdiz” tudo que disse, inventa outra conversa e volta correndo  para  os braços de Armando.

É triste dizer. Mas Aglailson, politicamente falando, fez a ultima curva e entrou na reta final. Como diz a bela  canção, interpretada pelo magnífico cantor, Moacir Franco,  “O QUE ERA DOCE,   E O QUE NÃO ERA SE ACABOU”. Veja o vídeo: