Colunista Sosigenes Bittencourt comenta no blog

Comentário postado na matéria “No tempo de eu menino – Fratelli Vita“.

Foi-se o tempo em que beber Coca-Cola resumia-se em fazer espoucar a tampinha, produzir um glut-glut, arrotar e estalar a língua. De tanto fuxicarem seus malefícios, ela mesma já está se tocando e querendo vender água mineral. Afinal, sua marca tem de ser preservada, pois custa 51% do valor da empresa. Ou seja, ela sozinha vale 43 bilhões de dólares. É importante frisar que a Coca-Cola já foi produzida a partir da noz de cola, uma pequena castanha da África tropical. A árvore é a coleira e pertence à mesma família do cacau. Portanto, seu aroma e seu sabor serviram para produzir o refrigerante mais popular do mundo. Estimulante e rica em cafeína, os africanos a mastigavam para matar a fome e combater o cansaço. Curiosamente, já foi utilizada até como moeda de troca.
Em março de 2001, o engenheiro Roberto Moretti, da Universidade de Campinas, relatou que a quantidade de cafeína que entra hoje na fabricação do refrigerante é quase insignificante e a castanha já foi substituída por produtos químicos sintetizados em laboratório, que apenas simulam o gosto e o cheiro da noz de cola.
Ora, com esse crescimento de demanda por bebidas saudáveis, a Coca-Cola, com a marca que possui, claro que vai embarcar na adaptação, oferecendo sucos, água, isotônicos e energéticos. Quem nasceu um dia desses, não pode imaginar o quanto já foi aromática e saborosa a Coca-Cola. O prazer de bebê-la, quando produzida à base de sementes da cola acuminata, que contém alcalóides tônicos e aperitivos, é inenarrável. A Pepsi-Cola, por exemplo, era um espetáculo. Quiçá, ainda melhor.

Sosígenes Bittencourt

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