FEIRA LIVRE DA VITÓRIA PODERÁ DEIXAR O CENTRO

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Nossa cidade desde os seus “primeiros passos” sempre foi um polo comercial importante. Foram: a Agricultura, a pecuária e sobretudo o comércio, a grande “locomotiva” do nosso desenvolvimento.

Ainda no início do século 18, mais precisamente em 1710, o vitoriense Pedro Ribeiro, juntamente com outras lideranças regionais, comandaram a famosa GUERRA DOS MASCATES, movimento nativista que teve também um forte ingrediente comercial.

Foi durante o século 19 que vitória consolido-se, em definitivo, como cidade pujante, ou seja, um grande polo comercial. A chegada da ESTRADA DE FERRO à nossa cidade em 1886, entre outras coisas, foi um claro atestado desenvolvimentista.

No século 20 a feira da Vitória além de se constituir como a principal fonte empregadora da cidade, tornou-se um patrimônio imaterial de todos os vitorienses, vir à Vitória sem que se visitasse a feira era mesmo que ir a Paris e não ver a Torre Eiffel.

O famoso Mercado de Farinha, hoje em ruínas, teve sua construção iniciada em 1913, fruto de fortes cobranças dos feirantes que não tinham um lugar adequado para negociar suas mercadorias, principalmente no período invernoso. Uma outra obra importante para o setor foi a do CIBRAZEM na década de 1960.

Mercado da CIBRAZEM – Calçamento da Praça da Bandeira – 1961 – Hoje toda essa área é invadida ilegalmente por prédios do comercio informal. Foto: José Augusto Ferrer Sim, Sim – Pedro Ferrer.

Muito bem, sem querer dá “nomes aos bois”, até porque nossa cidade já está careca de saber quais foram os verdadeiros prefeitos “construtores” desta BAGUNÇA E ESCULHAMBAÇÃO que aí está.

O quer fato é que a sociedade civil organizada não aguenta mais tanto descaso e abandono. A maioria das nossas autoridades fazem de conta que não sabem de nada e que a solução deste problema não É  COM ELES.

É importante sublinhar que a Feira da Vitória ainda continua sendo uma das mais importantes fontes empregadoras, e portanto, merece todo respeito dos poderes constituídos. Os feirantes TEM TODO DIREITO, ate porque são condutores deste que é um dos mais importante PATRIMÔNIO IMATERIAL do Povo Vitoriense.

Foto: Portal da Prefeitura da Vitória

Foto: Portal da Prefeitura da Vitória

Pois bem, ao longo destes últimos séculos o mundo mudou. As relações comerciais sofreram grandes transformações, hoje, por exemplo, podemos comprar com o chamando “dinheiro de plástico” sem ao menos sair de casa, ou seja, comprando através da internet, de pacotes turismo no outro lado mundo ou então uma pizza no restaurante,  localizado na mesma rua.

Diante disso tudo, e de tantos outros fatores, se faz necessário uma nova discussão na relação da sociedade no que diz respeito com este formato de feira, que diga-se de passagem,  com mais de DOIS SÉCULOS DE EXISTÊNCIA.

Recentemente tomei conhecimento que um grupo de moradores da Rua Estevão Cruz, juntamente com outros das Ruas Dias Cardoso e André Vidal de Negreiros, vem, DE FATO, desde 2010 (conforme documentação) provocando o poder público municipal nesta questão.

Diante de tanta indiferença dispensada pelos gestores municipais para com os cidadãos que estavam exercendo sua cidadania, até porque, a Constituição Brasileira, lhes garante o direito de IR e VIR, ingressaram formalmente no dia 23 de março de 2011 com uma DENÚNCIA NO MINISTÉRIO PÚBLICO local.

Após várias reuniões comandada pela Promotora de Justiça Vera Rejane Alves dos Santos Mendonça, onde contou com a participação dos moradores, autores da denúncia, feirantes, como também, representantes da Prefeitura, que durante as várias audiências foram sendo substituídos, ou seja, a cada audiência aparecia um representante diferente, muitas das vezes sem nenhuma autonomia.

Pois bem, em 28 de novembro de 2011 a referida promotora resolve:

“Instaurar o Procedimento de Investigação Preliminar, com a finalidade de apurar as responsabilidades para adoção das medidas legais para posterior instauração da Ação Civil Pública, assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta ou Arquivamento das peças de informações.”

Portanto, amanhã (terça 04) as 11 horas, acontecerá nas dependências do Ministério Público de nossa Comarca uma audiência pública com representação de todos envolvidos no que diz respeito aos procedimentos referente a MUDANÇA DE LOCAL DA FEIRA DA VITÓRIA.

Maiores informações amanhã, após a referida AUDIÊNCIA PÚBLICA.

1 pensou em “FEIRA LIVRE DA VITÓRIA PODERÁ DEIXAR O CENTRO

  1. Não sou a favor que prejudiquem nenhum feirante de nossa cidade pois é dali que tiram seus sustentos, mas que a feira deve ser organizada isso sim, sempre fico imaginando se acontecer um incêndio como o carro de bombeiros irá apagar o fogo?
    Devem organizar a feira e o trânsito tbm que é um terror.
    O que fazem o mercado de farinha, de carne , e tantos outros seculares? estão lá caindo aos pedaços, pq não os restauram e colocam eles pra funcionar outra vez??
    Mas antes de tirar feira devemos pensar tbm nos pobres que precisam dela. ok.

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