Educação Municipal um fiasco: Mestre Aragão não merecia um “presente” assim.

Dias atrás, os vitorienses foram informados que das 1.362 escolas, entre públicas e privadas RANKIADAS pelo IDEB, consta na lista das 10 últimas colocadas, duas unidades municipais de ensino: Escola Pedro Ribeiro e Escola Duque de Caxias, essa última localizada no Distrito de Pirituba.

Maria José Lira, Secretária de Educação de Vitória – Foto: Portal da Prefeitura de Vitória

Até o presente momento, a Secretária de Educação e sobrinha do Prefeito Elias Lira, Maria José Lira não veio à imprensa para se justificar perante a população qual foi a verdadeira causa, ou de quem foi a culpa, por  mais este constrangimento administrativo e vexatório para todos nós vitorienses.

Apenas à título de informação, foi o Prefeito Educador José Aragão que no período de 1942 à 1944, criou o Grupo Escolar Pedro Ribeiro e construiu a Escola Municipal na Vila de Pirituba, sendo justamente essas, as classificadas como as piores do estado.

Professor José Aragão e sua esposa Maria Aragão – Foto registrada em 22 de Novembro de 1981

Sendo assim, imagino que o Professor Aragão, juntamente com a sua esposa Maria Aragão, que formaram o casal de maior referência na “vida das letras” de todos os tempos em nossa cidade, mesmo “vivendo” em uma dimensão diferente da nossa, não mereciam um  “presente” dessa qualidade, ofertado pelo prefeito Elias Lira e sua sobrinha Secretária  Maria José de Lira.

Certamente, esse episódio deverá ser catalogado nos anais da história, como mais um  triste e catastrófico acontecimento, entre tantos, em nossa cidade do início do século que está apenas começando.

Segue aqui alguns dos ensinamentos do Mestre Aragão registrado em 15 de fevereiro de 1941 que, com toda certeza, não foram seguido pelos atuais gestores:

Conselhos para o pai do escolar

  1. – A primeira preocupação deve ser a da saúde. A criança convenientemente alimentada, com regimes adequados, suportará melhor o trabalho intelectual da escola.
  2. – Que a higiene seja também sinônimo de saúde. O asseio pessoal reflete ao mesmo tempo a dedicação de u’a mãe esforçada por apresentar seu filho limpo, sorridente e ativo;
  3. – Procurar a escola na qual a criança encontre um ambiente de simpatia entre professores e alunos. A criança se tornará dedicada e trabalhará com mais gosto quando souber que encontrará a estima dos demais.
  4. – O trajeto da casa à escola deve ser regulado pela hora de entrada. Fazer da pontualidade um hábito agradável da criança e vigiar-lhe a hora de regresso à casa, que deve ser também uniforme.
  5. – Orientá-la nos exercícios escolares não significa fazê-los. O valor da elaboração feita por uma criança é de um significado moral muito grande. O estímulo não deve faltar, com palavras bondosas porém desprovidas dos exageros que conduzem à vaidade e ao pedantismo.
  6. – As horas das refeições devem ser alegres. Aproveitar o momento de mais tranquilidade para repreendê-la ou aconselhá-la é um grave erro. Durante as horas da digestão e do sono, o escolar necessitará, mais que nunca, de tranquilidade.
  7. – Estudar os filhos em todos os momentos deve ser uma das preocupações principais. A natureza infantil oferece muitas facetas que, bem compreendidas, facilitarão o êxito do trabalho do escolar.
  8. – Alternar os trabalhos intelectuais com os jogos, esportes, os trabalhos manuais e os domésticos é tornar-lhes agradáveis as horas passadas na escola. São tão perniciosos a malandragem excessiva como o trabalho opressor e sem descanso. Recordem os pais que, quando uma criança brinca, gasta, também, grande quantidade de energia física e mental: a dosagem se impõe para não cair em excesso.
  9. – Não há “crianças más” quando se alimenta inteligentemente sua atividade motora. A criança que está entretida todo o dia nas tarefas escolares alternadas com as distrações não faz travessuras nocivas. Normalmente esta é a regra geral mas deve-se prestar muita atenção à exceção que a confirma: um exame médico indicará a causa e aconselhará os métodos curativos para que o problema desapareça.
  10. – “Nosso filho há de ser um sábio dentro de muito pouco tempo”. Abandone esta preocupação errônea, assim como, também, não se preocupe quando lhe falem do atraso, do retardamento, da má conduta ou aplicação da criança. Estude as causas e lembre-se de que nem todas as crianças se adaptam por igual à disciplina da escola, nem têm a mesma capacidade intelectual. Procure sempre ouvir as observações dos professores e, com tato, nunca com violência, busque a solução que algumas vezes estará num descanso ou em melhorar os hábitos de higiene mental e a alimentação, nos estímulos, deixando as falsas comparações com seus outros filhos ou os demais companheiros de classe.

Professor José Aragão, artigo publicado no “O Victoriense”, 15.02.1941.

A Secretária de Educação Maria José de Lira tem a OBRIGAÇÃO, pelo cargo público do qual exerce, de dar uma explicação a população sobre este fiasco.

Com a palavra, a senhora Maria Jose Lira…

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