Desde os primeiros passos até a sua concretização, foram 80 anos. Esse foi o tempo que durou o “vai e vem” para que os antonenses, finalmente, em 24 de agosto de 1908, presenciasse água jorrar dos canos, na área central da nossa cidade. O sonho começou ainda no Brasil Império.
Naquele tempo – até o inicio do XX – as casas residências e comerciais da nossa Vitória eram abastecidas com água “de latas” ou em “galões”. Esse serviço, penoso e oneroso, se utilizava da força da tração animal e também de mão de obra escrava que “viajavam” até as fontes e riachos para colher o líquido. Quem não podia pagar por esse serviço se virava com as águas impuras, muitas vezes dividindo-as com os animais.
Para entendermos o quanto esse acontecimento – inauguração do primeiro chafariz – foi importante faz-se necessário estudar o contexto da época. Vitória já contava com o trem, hotéis, restaurantes, com uma agitada vida social e comercial e toda essas “operações”, convenhamos, dependia de água “boa”, para cozinhar, beber e tomar banho. Vale lembrar, também, que no locar apontado ainda não existiam as duas praças, apenas o Monumento do Anjo, erigido 3 anos antes – em 27 de janeiro de 1905.
Assim sendo, depois de muitas “idas e vindas”, a cidade celebrou a chegada da “primeira água encanada” com muita festa. No domingo (24-08-1908) o almoço comemorativo ocorreu no emblemático Hotel Fortunato com a presença das impolutas figuras da cidade e da região. Os discursos, evidentemente, foram muitos na perspectivas da verdadeira conjugação do chamado desenvolvimento econômico.