Em 23, 24 e 27 de novembro de 1935, eclodia, respectivamente, em Natal/RN, no Recife/PE e no Rio de Janeiro/RJ, a Intentona Comunista, um levante militar de inspiração marxista, liderado pelo capitão do Exército e líder tenentista Luís Carlos Prestes (foto).
Com o lema “pão, terra e liberdade”, o movimento tinha como pautas a luta contra as oligarquias e o autoritarismo, o não pagamento da dívida externa, a nacionalização de empresas estrangeiras e a reforma agrária.
A movimentação foi intensa e chegou a transformar o Rio Grande do Norte em um estado oficialmente comunista, por 4 (quatro) dias, com o afastamento do governador Rafael Fernandes e a dissolução da Assembleia Legislativa.
Este governo revolucionário provisório potiguar pode ser considerado o primeiro e único governo oficialmente comunista da história do Brasil.
Dos três levantes, o de Pernambuco foi o mais violento, com um tiroteio que durou 28 horas no Largo da Paz (foto), resultando em muitas mortes.
Segundo a professora Marly Vianna, doutora em história pela USP e autora do livro “Revolucionários de 35”, a versão de que os militares revolucionários teriam assassinado covardemente oficiais do governo Vargas, enquanto estes dormiam, não é verdadeira, tendo sido desmentida em um discurso do senador Jarbas Passarinho no Congresso Nacional.
Segundo a professora, esta versão foi criada por Filinto Müller, Chefe de Polícia de Vargas, com o objetivo de criar as condições políticas para a decretação do Estado Novo.
O historiador Hélio Silva diz o mesmo em seu livro “O Ciclo de Vargas: 1935 – A Revolta Vermelha”.
A questão, todavia, é controversa.
Há vozes em sentido contrário.
.
.
Siga: @historia_em_retalhos
https://www.instagram.com/p/DC4nXvFRIyY/igsh=MWVwamUxbWR2OHZxeg%3D%3D