Chiclete Ping-Pong – por Sosígenes Bittencourt,

Eu nunca pratiquei a malvadeza de tacar um chiclete num capucho de cabelos de uma menina. Madeixas lourinhas, esvoaçantes, ou pretos que nem a asa da graúna, cheirosinhos a alfazema do bosque. O Ping-Pong ficava mais gostoso na saliva das meninas, no frescor de suas bocas, temperadas de progesterona, na travessia pela ponte da língua.

No tempo de eu menino, todo rebuliço no coração, todo friozinho na barriga dava impressão de amor. E a história de que engolir chiclete grudava as tripas, era estória, porém grudou muitos corações.

Mastigado abraço.

Sosígenes Bittencourt

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *