Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips – por @historia_em_retalhos.

Em 5 de junho de 2022, eram assassinados em Atalaia do Norte/AM (Vale do Javari) o indigenista pernambucano Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips.

Bruno era considerado um dos maiores especialistas em indígenas isolados do país, já Phillips estava produzindo um livro sobre a atuação de grupos criminosos na região.

Além de indigenista, pessoa que reconhecidamente apoia a causa indígena, Bruno era servidor licenciado da Funai.

Também dava suporte à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, sendo alvo frequente de ameaças de pescadores e garimpeiros que atuam ilegalmente na região.

Coordenou um projeto para equipar indígenas visando à defesa de seus territórios, por meio de drones, computadores e treinamento.

Afirmava que os invasores sentiam-se mais à vontade em decorrência da permissividade do poder público.

E ele tinha razão.

Segundo o laudo da PF, as vítimas foram baleadas com munição de caça.

Dom faleceu por traumatismo na região abdominal, enquanto Bruno foi baleado na cabeça e no tronco.

O MPF denunciou os três suspeitos por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Mas ainda havia algo mais inacreditável: o momento que o país vivia no que diz respeito à política ambiental.

O governo federal da época minimizou o desaparecimento e, inacreditavelmente, culpou as vítimas, tachando-as de “imprudentes” e as suas profissões de uma “aventura”.

Paralelamente, sem nenhum tipo de compaixão com a dor das famílias, o crime também foi pauta de notícias falsas disseminadas por grupos extremistas.

Dentre as desinformações, destacou-se que ambos entraram no Vale do Javari sem autorização, informação que, pasmem, foi postada pela Funai em nota oficial.

Naquele ano, a Funai foi severamente criticada por dar as costas para a causa fundamental de sua criação, vale dizer, a proteção dos povos originários.

Todas as notícias falsas foram retiradas do ar por ordem judicial.

Bruno nasceu no Recife.

Era filho de paraibanos que vieram morar na capital pernambucana, estudando no antigo colégio Contato.

Aos pais de Bruno, à viúva Beatriz Matos e ao seu filho Pedro, eu dedico este retalho de hoje.
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