Mondelez – Vitória de Santo Antão – uma relação que precisa avançar….

Desde sempre, nosso torrão carrega um conjunto de vertentes  favoráveis ao empreendedorismo. Mesmo antes da chegada da energia elétrica em nossas terras  fomos referências na indústria canavieira, através do chamado “engenho banguê”. Com efeito, colecionamos uma infinidade de rótulos de cachaça, hoje, representados no bem sucedido empreendimento que carrega a internacional assinatura da marca Pitú. Lembremos,  contudo,  que a família Azoubel,  a partir do inicio do século XX, contribuiu de forma sublinhada para a  consolidação do conjunto industrial antonense.

Já no século XXI, a reboque da melhoria na renda dos mais pobres em função das políticas federais  assistencialistas, dos  incentivos governamentais e  pela   localização privilegiada  do nosso lugar –  cravado no centro da Região Nordeste –  aterrissou em Vitória de Santo Antão um conjunto de empreendimentos fabril, dentre os quais duas gigantes do setor de alimentos.

Nesse contexto, sobretudo nessa última década, entre outros fatores, graças ao desempenho extraordinário das “gigantes”  assistimos ao incremento fabuloso  e continuado da oferta de emprego e da chegada de recursos aos cofres públicos,  vinculados aos impostos gerados pelo faturamento estratosférico dessas duas companhias.

Coroando esse desempenho e ratificando que a Vitória de Santo Antão se configura  como  “solo fértil” – abençoado pelo Glorioso Santo Antão –  nós, antonenses, recentemente, recebemos com muita alegria e entusiasmo  a  informação que a Mondelez reafirmou  seu interesse nas  operações  locais – Vitória de Santo Antão – ao anunciar investimento na ordem de 300 milhões de reais em novas construções no seu parque fabril,  como também na ampliação da sua produção conjugando, também,   novas linhas de produção. Sem esquecer, claro, dos muitos postos de trabalhos que irão ser ofertados já na obra de ampliação como também, em futuro próximo,  no chão da fábrica.

Vitória de Santo Antão, na qualidade de comunidade acolhedora dessa empresa gigante  deve sempre comemorar entusiasmadamente. Afinal, a Mondelez  também é nossa!

Pois bem, como estudioso, pesquisador e observador da história e do cotidiano da nossa pólís,  fundada pelo português Diogo de Braga há quase 400 anos, imagino que a governadora Raquel Lyra,  por ocasião do extraordinário  anuncio aos pernambucos e em particular aos antonenses, através das suas redes sociais, tenha “pisado na bola” ao não convidar para o  referido anuncio em Palácio o prefeito da Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto (seu aliado político),  até porque a figura do gestor municipal, na ocasião em tela (anuncio),  teria um peso simbólico no quesito  representatividade.

O  prefeito da Vitória, Paulo Roberto, que investe pesado na sua imagem nas redes sociais,   certamente “engoliu esse sapo” calado para não passar o recibo,  de haver sido ignorado pela sua aliada política, Raquel Lyra.

FOTO DIVULGAÇÃO

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Para os mais atentos e pela simbologia da ação, que emiti eloquente atestado de arrogância da governante  da província,  demostrando que Raquel não cumpriu com a  chamada liturgia dos entes federativos (estado/município), da minha parte,  segue uma “Bola Murcha” para a líder política que em recente campanha disse que “não iria deixar ninguém para trás”.

Ainda no contexto da nota desafinada, por assim dizer,  dessa vez direcionada à “gigante” Mondelez, apesar de todo sucesso nos seus respectivos empreendimentos, principalmente nos  realizados em nossa terra, no meu modesto entendimento, a mesma ainda não conseguiu estabelecer com a comunidade da Vitória de Santo Antão laços “fraternos” no amplo sentido da palavra responsabilidade social.

Isto é: aquilo que é importante para os nativos, envolvendo aspectos culturais, religiosos, tradicionais e etc ainda não foram captados pelas respectivas diretorias da Mondelez, causando, assim, uma espécie de orfandade na comunidade quando imaginava-se  que com a chegada desses novos empreendimentos as “tradições  sentimentais da localidade”,  tão caras e representativas ao município acolhedor,  seriam melhores observadas e  levadas em contas, no sentido da reciprocidade.

Para concluir, uma historinha: dizem que uma pessoa colocou uma rolha em uma garrafa e logo depois  a jogou no mar. Após 12 anos  boiando em mar aberto, ela  foi resgatada por uma outra pessoa que também não tinha educação ambiental. Ao  retirar  a rolha da garrafa e  devolve-la ao mar,  observou que naquele momento a mesma foi invadida pelas águas e afundou.

Moral da história: a garrafa estava no mar, mas o mar não estava na garrafa. Sob o ponto de vista social e sentimental, podemos imaginar  que a Mondelez está em Vitória, mas a Vitória de Santo Antão (ainda) não está na Mondelez.

 

 

 

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