As pessoas próximas aos políticos são vítimas ou comparsas?

Outro dia, no rádio, escutei uma história contata pelo acreditado comunicador Geraldo Freire. Disse ele que certa vez, quando Augusto Lucena era prefeito da cidade do Recife, o mesmo chegou à antessala do seu gabinete e disse, em voz alta, a sua secretária  que, até segunda ordem, por algumas razões,  não queria atender ligação telefônica do vereador (fulano de tal), então presidente da Câmara,

Pouco tempo depois, uma ligação é repassada para o seu ramal telefônico. Ao atender, falou do outro lado linha exatamente o fulano de tal (indesejado).

Ao terminar o telefonema o mesmo (prefeito Augusto Lucena) levantou-se e foi falar com a sua secretária. Chegando lá, ela não estava. Havia ido ao banheiro. Então perguntou o prefeito quem havia passado a ligação do vereador (fulano de tal) para sua sala.

Disse o estagiário – eu

Perguntou-lhe, então, o prefeito – mas o senhor também num escutou que eu não queria receber ligação dessa pessoal, porque não inventou uma conversa qualquer?

Respondeu-lhe o estagiário – eu sou crente, não posso mentir….

Pois bem, as décadas se passaram e já não se fazem mais crentes e militares como antigamente. Já com relação aos políticos, imagino haver ocorrido algumas  melhoras pontuais. Mas o que melhorou mesmo foi o poder da comunicação. Se antes não tinha como se saber mais, hoje, depois da internet e de outras ferramentas de controle, temos acesso a muitas informações, antes desconhecidas. Aliás, é justamente nos arquivos telemáticos que as verdades vem  ganhando  tonalidade.

Resumo da ópera: via de regra os políticos, para mergulharem no mar de lama da corrupção, necessitam e são obrigados a conviver com os  comparsas. Precisam de pessoas insuspeitas para perpetrarem suas “artes”. Muitas vezes, são pessoas honestas que por estarem muito próximas às suas excelências, se deixam levar e, quando dão fé, já não podem mais sair,  por haverem se tornado cúmplices. Política não é espaço para amadores……

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