Sexta-feira, 11 de setembro de 1964.
Elza Soares, já consagrada, chega ao lado do recém bicampeão mundial Mané Garrincha ao hotel de luxo Lord Palace, em São Paulo.
O hotel era habituado a receber artistas e celebridades, mas, naquele momento, negou acomodação ao casal.
O motivo revelado por Elza fora claro: preconceito de cor.
Revoltados, chamaram a polícia e seguiram para o Hotel Danúbio, onde nada lhes fora exigido.
Os anos, porém, passaram-se.
O hotel passou a perder hóspedes, a partir de 2000, até falir e ser ocupado por movimentos populares, em 2010.
Após um longo périplo com o poder público, o antigo endereço da elite paulistana transformou-se em um grande residencial de moradia popular, reconhecido pela municipalidade, ganhando um nome bem sugestivo: “Residencial Elza Soares”.
Em frente à edificação, um mural da Voz do Milênio (foto), de autoria da artista plástica Pri Barbosa.
Na pintura, a cantora segura uma chave.
Ao lado de sua mão, a frase:
“Nenhuma mulher sem casa”.
O mundo gira.
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