Edson Néris da Silva – por @historia_em_retalhos.

A história de Edson Néris da Silva: o adestrador de cães que foi espancado e morto em razão de sua orientação sexual.

Edson era adestrador de cães, tinha 35 anos e morava em Itapevi, interior de São Paulo.

Em 06 de fevereiro de 2000, estava em São Paulo, capital, onde mantinha um relacionamento com Dário Pereira Neto.

Na madrugada daquele dia, Edson e Dário estavam passeando de mãos dadas na Praça da República, quando foram violentamente abordados pelo grupo de dezoito skinheads “Carecas do ABC”, que prega o ódio contra negros, nordestinos, LGBTIQIA+, entre outros grupos vulneráveis e vítimas de discriminação e preconceito.

Dário conseguiu desvencilhar-se e escapar.

Já Edson foi espancado barbaramente a chutes e golpes de soco-inglês, falecendo em decorrência de várias hemorragias internas.

Em uma varredura pelas ruas da cidade, com a ajuda de duas testemunhas oculares, a polícia deteve os 18 suspeitos, incluindo duas mulheres.

Um ano depois, após mais de 11 horas de julgamento, o 1.° Tribunal do Júri do Fórum Criminal da Barra Funda condenou dois skinheads a 21 anos de prisão, em regime fechado.

Naquela ocasião, o promotor de Justiça do caso, Marcelo Milani, afirmara:

“Essa condenação foi a primeira no Brasil por intolerância sexual. É um momento para mudar as páginas da história do país”.

23 anos depois, porém, os avanços ainda foram muito pequenos.

Apenas em 2021, pelo menos 316 mortes violentas de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo (LGBTI+) foram registradas no Brasil (Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil).

Esse número representou um aumento de 33,3% em relação a 2020.

O Centro de Cidadania LGBTIQIA+ da zona sul de São Paulo recebeu o nome de Edson Néris da Silva.

Por fim, o detalhe mais sórdido: skinheads costumam invocar “patriotismo” para praticar os seus atos.
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6 pensou em “Edson Néris da Silva – por @historia_em_retalhos.

  1. O meu amigo de infância dos tempos de Instituto Ana Rosa, brincamos juntos , fizemos parte de uma família ANA ROSA . Éramos 180 irmãos. Que Deus o tenha meu irmão/ amigo. Moro em Embú – Guaçu, sempre vejo as fotos do Edson Neris. Tenho uma que guardo com muito carinho.

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