Francisco José Lins do Rego Santos – por @historia_em_retalhos.

Em 25 de janeiro de 2002, era assassinado o promotor de Justiça Francisco José Lins do Rego Santos.

Chico Lins, como era conhecido, foi morto, aos 43 anos, em razão das investigações que comandava para combater a adulteração de combustíveis no estado de Minas Gerais.

O crime aconteceu na hora do almoço, em um movimentado cruzamento de Belo Horizonte, quando o promotor deslocava-se para o trabalho.

Ao parar no semáforo da Rua Joaquim Murtinho com a Av. Prudente de Morais, o carro de Chico Lins foi emparelhado por uma moto com dois passageiros.

A motocicleta avançou e o condutor deu a ordem ao carona: “atira!”

Sete tiros atingiram Chico, que morreu na hora.

O mandante do crime, que conduzia a moto, foi Luciano Farah, dono de uma rede de postos que adulterava combustíveis.

Na época, graças à atuação de Chico Lins, essa rede havia sido proibida de revender combustíveis, depois de constatado que o produto era adulterado e que a empresa sonegava impostos à Receita Estadual.

O atirador foi o soldado Édson Nogueira.

Os dois foram condenados, respectivamente, a 21 e a 23 anos de prisão, estando, ambos, atualmente, cumprindo pena em regime aberto.

Por meio da atuação de Chico Lins, medidas judiciais decretaram a prisão de pessoas envolvidas na máfia e fecharam cerca de 20 postos, havendo, porém, ramificações dessas organizações por todo o Brasil.

Assim, um mês após o homicídio, foi criado o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), recebendo o nome do promotor assassinado.

Apenas após a morte de Chico, muitos MP’s criaram os seus Grupos de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado – os GAECO’s.

Chico Lins era casado com Juliana, com quem teve dois filhos e, até hoje, é lembrado como um exemplo de combatividade a ser seguido.

Era, também, neto do escritor e ex-promotor de Justiça José Lins do Rego (autor dos clássicos “Menino de Engenho” e “Fogo Morto”), de quem Chico herdou o gosto pela literatura, chegando, inclusive, a escrever um livro de poesias (“Inventário da Noite”).

Chico Lins é mais um mártir do Ministério Público brasileiro.
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