O sequestro de Abílio Diniz – por historia_em_retalhos

Poucos crimes reverberaram tanto nos noticiários nacionais, como o sequestro do empresário Abílio Diniz.

O ano era 1989.

Após 21 anos de ditadura, a experiência de uma eleição direta para presidente da República voltava à vida do brasileiro.

Na esfera policial, aquele período foi marcado pela expansão da prática de crimes de sequestro de empresários e pessoas influentes no Brasil.

Abílio Diniz era um empresário de sucesso e responsável pelo crescimento de empresas importantes, como Pão de Açúcar, Extra e Ponto Frio.

Esportista, lutador e havendo recebido treinamento de tiro com especialistas israelenses, recusava-se a andar com seguranças profissionais.

Em 11 de dezembro daquele ano, uma Chevrolet Caravan, disfarçada de ambulância, bloqueia o seu caminho, no Jardim Europa, São Paulo.

Abílio sacou o seu revólver e abriu parcialmente a porta, mirando contra a ambulância.

De repente, porém, sentiu um baque.

O seu carro foi atingido atrás por um Opala.

Ele tentou resistir, mas os sequestradores estavam em grande número e conseguiram rendê-lo, levando-o para o cativeiro, no bairro Jabaquara.

Dentro do cativeiro, um cubículo, havia um colchonete, um vaso sanitário, uma porta, um alto falante e um tubo por onde circulava o ar.

Abílio passou 6 dias como refém.

Pelo resgate, pedia-se US$ 30 milhões.

No dia 17 de dezembro, depois de 36 horas do cerco do cativeiro, os sequestradores decidiram que iriam se entregar e libertar Abílio Diniz.

O fim do sequestro foi exibido ao vivo pela TV.

Um ponto, porém, intriga quem vivenciou aquele período.

O sequestro de Diniz ocorreu no intervalo entre o 1.° e o 2.° turno da eleição presidencial de 1989, entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva.

O líder do grupo de sequestradores, Humberto Paz, revelou, perante o juiz, que foi obrigado a vestir a camiseta do Partido dos Trabalhadores, com o objetivo de prejudicar o candidato daquele partido.

Até hoje, não se sabe da veracidade dessa afirmação.

Porém, é certo que a mídia deu ampla visibilidade às tais camisas e este sequestro influenciou o resultado daquele pleito.
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