13 de maio de 2022.
134 anos da abolição formal da escravidão no Brasil.
Compartilho registro do monumento a José Mariano (Poço da Panela/Recife), grande abolicionista pernambucano, casado com Olegária da Cunha, os quais, juntos, ajudavam escravos a fugir.
É importante conhecer os antecedentes do 13 de maio de 1888, que resultaram na assinatura da Lei Áurea.
A extinção do tráfico internacional de escravos (Lei Eusébio de Queirós – 1850), a assinatura das leis do Ventre Livre (1871) e dos Sexagenários (1885), esta última, de autoria de Rui Barbosa, a participação dos escravos na Guerra do Paraguai (1864-1870), o crescimento e a pressão do movimento abolicionista brasileiro, o temor da eclosão de uma grande insurreição, com base na experiência do Haiti (1791/1804), e, principalmente, a pressão internacional da Inglaterra, com vista a interesses mercantis, foram os antecedentes históricos que ensejaram a assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel, na sua terceira e última regência, enquanto o seu pai, o imperador Pedro II, estava fora do Brasil.
Não houve generosidade alguma.
Ao longo de quatro séculos, aproximadamente, 5 milhões de africanos atravessaram o Atlântico para estarem sujeitos à forma mais brutal e perversa de relação humana no Brasil.
O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir a escravidão, o que expõe, às vísceras, a nossa dívida com esse passado tenebroso e com um presente que ainda insiste em manter vivo o impiedoso racismo na sua forma estrutural.
É uma triste constatação, mas a escravidão é a mãe dos principais males que afligem a sociedade brasileira: o racismo, o autoritarismo, o machismo e o patrimonialismo.
13 de maio é um dia de resistência.
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