A Batalha do Jenipapo e a Independência do Brasil – por @historia_em_retalhos

Em retalhos passados, comentávamos sobre um certo beneplácito da historiografia oficial com fatos históricos ocorridos no eixo RJ/SP/MG, em prejuízo de outros movimentos importantes, que eclodiram no restante do país.

Um desses, ocorrido no Piauí, será o tema do retalho de hoje: a Batalha do Jenipapo! 🙌🏼

Esta batalha é considerada o episódio mais sangrento de nossa luta pela independência.

É preciso, de uma vez por todas, desconstruir o mito de que as regiões N e NE simplesmente aderiram ao Grito do Ipiranga.

Não é verdade.

A adesão deu-se no Centro-Sul.

Nas demais regiões, ocorreu um sofrido processo de emancipação, marcado por lutas violentas, que, além de consolidar a independência, puseram fim aos planos de Portugal com relação ao norte do BR.

Pois bem.

Com a missão militar e política de manter o PI fiel a Portugal, as cortes de Lisboa enviaram o Major João José da Cunha Fidié.

Quando chegou, Fidié deslocou-se com um efetivo de 1.100 homens para Parnaíba, a primeira vila a aderir ao 07 de setembro, desprotegendo a capital Oeiras.

Aproveitando-se desta situação, em 24.01.1823, Manuel de Sousa proclama a independência em Oeiras, o que obriga Fidié a retornar em direção à capital.

Foi neste regresso que aconteceu o trágico confronto entre brasileiros e lusitanos.

Às margens do Rio Jenipapo, no município de Campo Maior/PI, no dia 13 de março de 1823, sertanejos pobres, armados apenas com foices, machados e peixeiras, decidem enfrentar o forte exército de Fidié.

Em 5 horas de confronto, 200 brasileiros foram mortos, inundando as margens do Rio Jenipapo de sangue.

Apesar da derrota, a batalha efervesceu o irreversível clamor pela independência, compelindo as tropas portuguesas a irem para o MA.

Ao fim, Fidié foi enviado para o RJ e, de lá, para Lisboa.

Nas margens do Jenipapo, o brado “independência ou morte” efetivamente aconteceu, à custa do sangue destes heróis anônimos.

Em 2005, a data 13.03.1823 foi oficialmente estampada na flâmula do Piauí.

Lembremos dos mártires do Jenipapo!
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