Final do ano de 1976 – por historia_em_retalhos.

O Brasil vivia o regime militar.

Ernesto Geisel assumira a presidência dois anos antes e, no ano seguinte, anunciou um conjunto de medidas consideradas um retrocesso ao processo de abertura política, o chamado “Pacote de Abril”.

Em Olinda/PE, reunidos na casa da arquiteta Maria Alice Soares dos Anjos, a “Baixinha”, um grupo de amigos fundava o Grêmio Lítero Recreativo Cultural Misto Carnavalesco EU ACHO É POUCO.

A proposta do grupo (formado por arquitetos, advogados, engenheiros, etc.) era clara: brincar o carnaval de forma livre, inclusiva e democrática, questionando a ordem política então vigente.

O próprio nome da agremiação – EU ACHO É POUCO – trazia consigo um apelo irreverente de alerta para a passividade da classe média, diante dos malefícios gerados pela ditadura militar.

As cores escolhidas foram o vermelho e o amarelo, tendo o bloco desfilado pela primeira vez no sábado de carnaval de 1977.

O tradicional Dragão (foto) transformou-se no símbolo máximo da agremiação e, por baixo de suas escamas, inúmeros casais formaram-se e gerações sucederam-se.

Em 1982, surgiu a versão infantil, o “Eu Acho é Pouquinho”, levando a criançada, desde cedo, a vivenciar o encanto de um carnaval lúdico e cheio de alegria.

Passados 45 anos, o EU ACHO É POUCO segue defendendo as posições em que acredita e resistindo a tudo o que importe em ameaça à democracia.

A cada desfile, a multidão vermelha e amarela só cresce.

O Dragão é luta. É bom demais.
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