O caso da menina Beatriz – mais um passo adiante…

A frase é clichê: “uma longa caminhada começa com um primeiro passo”.  Após conceber a ideia e se preparar para o desafio, os pais da menina Beatriz, assassinada na cidade de Petrolina,  em 2015, produziram, acima de tudo,  num só tempo, um ato de humildade e coragem.

Ninguém é obrigado a expor suas fraquezas e o seu desespero. Ao colocar o pé na estrada, em 05 de dezembro,  rumo ao Palácio do Campo das Princesas,  essa mãe – Lúcia Mota -, humildemente, compartilhou com o mundo inteiro  sua dor e a  sua impotência para administrar o sentimento da perda. Cada ser humano possui uma forma própria de reagir às realidades impostas pela vida.   Em ato continuo, junta os cacos, para reagir com a coragem dos que não sucumbem  diante da guerra “quase perdida”.

Ao acompanhar sua peregrinação por justiça, como ela mesma anuncia a todos pulmões, a mãe da Beatriz se agiganta  numa sociedade paupérrima  de exemplos. É um governador que não tem vergonha da “sua” polícia não cumpri o seu papel. É um Ministério Público que não busca exercer a função pelo qual foi criado. É uma Assembleia  Legislativa  – legitima  representação da voz de todos os pernambucanos –  que apresenta  49 deputados “mudos, moucos e cegos”.  

Viva a internet e suas múltiplas aplicações….Dificilmente a batalha dos pais da Beatriz teria logrado êxito nessa empreitada não fosse o poder das novas ferramentas,  disponíveis ao cidadão comum. Os poderosos, de maneira geral, não resistem às verdades proclamadas pelas pessoas  comuns que contam histórias legitimas e  que ganham  eco  no coração dos  semelhantes oprimidos.

A sociedade que preza pelo sistema democrático e o  estado de direito não pode temer o seu  presidente, governador, prefeito, juiz, promotor, senador, deputado ou vereador. Tomara que o caso da menina Beatriz desencadeie, no Brasil e em especial no nosso estado (Pernambuco),  um conjunto de vozes que sofrem com a  indiferença praticada por aqueles que tem justamente a função de proteger e acolher os  que clama por justiça social.

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