O TERRITÓRIO E A FEIRA – por Pedro Cavalcanti.

Existem vários tipos: no reino animal o território é uma área onde os seres caçam, se alimentam, dormem… É uma demarcação de comportamento. Você deve ter visto vários exemplos ao assistir Globo Repórter ou outro programa legal no Animal Planet.

Também existe o território político, aquele das fronteiras entre países, estados (divisa) e municípios (limite).

Mas o território que quero explorar aqui é outro, é o território marcado por relações, principalmente as relações de poder. Um dos melhores exemplos pra isso e pensar a nossa feira.

Normalmente uma cidade possui áreas urbanas e rurais, exceto grandes metrópoles, que normalmente possuem áreas rurais bem pequenas ou inexistentes. O que é produzido na zona rural é vendido nas áreas urbanas, onde os habitantes também se abastecem dos produtos que não produzem.

A FEIRA

Quando frequentamos a feira observamos que os bancos estão sempre no mesmo lugar, com as mesmas pessoas. E isso acontece mesmo que seja desmontada durante a maioria dos dias. A feira é uma territorialidade, e é uma territorialidade sazonal. A feira não é fixa, apesar de apresentar os bancos sempre nos mesmos lugares.

O que faz com que os bancos estejam sempre nos mesmos lugares? São as relações de poder. Essas relações podem ser econômicas, de força ou hereditárias, já que há uma tendência de que os filhos de produtores rurais sigam naquele trabalho. Também há uma espécie de regulamentação, um cadastro.

Quando vamos a feira temos na nossa cabeça um mapa. Onde compramos laranja? Em seu fulano! Onde compramos macaxeira? Em seu sicrano! Apesar da feira ter centenas de bancos, nós temos os nossos favoritos.

A feira é uma beleza de cheiros e cores. É um comércio vital para todos, até para os que acham que ela deve ser retirada da “Rua da Águia” para que os carros possam passar.

Pedro Cavalcanti – Professor Mestre em Geografia.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *