Já começo essas linhas pedindo desculpa aos sujeitos que receberam dos seus pais o simpático nome de “Natalício” – para não dizer estrambótico……Aliás, não existe nada de estranho em nome próprio. Na verdade, o que existe é falta de costume. Depois que a pessoa acostuma, pronto! Acabou a estranheza de qualquer nome próprio, de lugares, objetos e etc.
Esse negócio de nome é uma coisa danada. Nos mais de 75 apelidos por mim catalogados em nossa cidade – que deram origem a 3 livros – escutei cada história que nem parece ser real. Pessoas, por exemplo, que só tomaram conhecimento do seu próprio nome na juventude e outras só depois de adultas e que ainda ficam “desconfiadas” quando alguém lhe chama pelo nome de batismo.
Mas estranho mesmo é saber que mesmo depois de dobrar a esquina do meio século de vida você por pouco não foi registrado com outro nome. Para complicar ainda mais essa história real o dito cujo – ainda na tenra idade – recebeu um apelido (PILAKO), deslocando, por assim dizer, o nome de batismo (CRISTIANO) para um “segundo plano”.
A história é a seguinte:
Quando fui dado à luz meus pais – “Seu” Zito Mariano e ‘Dona” Anita Garibaldi – já haviam sacado todos os nomes do estoque – fui a “ponta de rama” de uma prole de 11 filhos – 6 homens e 5 mulheres.
Por haver nascido justamente num dia como hoje, 26 de dezembro, acabei, mesmo sem a menor pretensão, oportunizando um natal inesquecível para minha mãe (imagino), motivo pelo qual fui logo sendo “batizado” ali mesmo na maternidade. “ vai se chamar Natalício , em homenagem ao Natal“
Por obra e graça do divino espírito santo, eis que meu avô materno, Célio Meira (homem culto e educado), resolveu dá uma passadinha na maternidade para conhecer o mais novo neto – aquele que seria também o último. Ao saber da “graça” da criança, sapecou uma sugestão que me “salvou do Natalício”.
Disse ele: “ minha filha, peço desculpa a você e a Zito. Mas gostaria de fazer uma sugestão para o nome da criança. Já que vocês querem homenagear o Natal, porque não homenageiam o verdadeiro homenageado do Natal, que é Jesus Cristo! Porquê, então, não se colocar o nome de CRISTIANO?”
Resumo da ópera: que me perdoem os “Natalícios”…..Viva o escritor Célio Meira – meu avô – que me salvou desse “imprensado”……Hoje, chego à casa dos 53 anos de vida. Não sou nem de longe parecido com Cristo, mas Viva o Natal, Jesus Cristo e todos os “Cristianos” que receberem esse nome para homenageá-lo…..
Parabéns PILAKO, que sua história de vida ecoe nos anais da história. Felicidades!!
Valeu, Monge Mago!