Bebedeira em praça pública.

Acho que nem os alcoólatras concordariam com a venda de bebidas alcoólicas em praça pública. A safadeza de se conceder boteco em praça foi que afugentou os idosos e as crianças desses espaços públicos sagrados. Promoveu poluição visual e sonora, o que me levou a construir uma frase em cima da célebre reflexão poética de Castro Alves. O poeta baiano disse: A praça é do povo, como o céu é do condor. Eu diria: A gandaia tomou a praça do povo, e a poluição, o céu do condor.

Na minha humilde concepção, privatizar espaço público é conceder apropriação indébita. Parece estelionato, obtenção ilícita de vantagem, em prejuízo alheio. São dois envolvidos, o politiqueiro e o paparicado.

Sabido é Júlio Lossio, o prefeito de Petrolina. Quando o Procurador Geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon, foi receber a medalha Senador Nilo Coelho, ele atravessou na frente e implorou a proibição de venda de bebidas alcoólicas nas praças públicas do município. Ora… nem os alcoólatras inveterados têm argumento para reprovar a medida. Tem bebarrão que adora sua família. Ele morre no fundo de um barraco, mas deseja que os seus parentes sejam felizes. Muitos morrem de tristeza, sufocados pelas garras do vício.

Governante sério não tem compromisso com alcoólatra, a não ser com o seu tratamento. Afinal, praça é espaço público, e espaço público é para todos. Se os bêbados invadem, os lúcidos perdem a oportunidade de usufruí-lo. Nenhum lúcido quer correr o risco de se sentar ao lado de um papudinho, acompanhado de sua mãe, esposa ou filhos.

Portanto, equivocado estará o político que pensar que sua popularidade depende de mimar vendedor de birita, corriola de cachaceiros, de promover cachorrada na via pública. Isto é imaturidade.

Confuso abraço!

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