Invisibilidade protagonista: Uma homenagem ao Dia Internacional das Mulheres – por Valdenice José Raimundo

As mulheres ao longo da história da humanidade têm sido invisibilizadas. Contudo, a reação a esta situação é histórica. O fato que é lembrado a cada 08 de março é justamente um ato de reação a esta invisibilidade, acrescendo que o ocorrido em 08 de março de 1857 foi fortemente marcado pela intolerância e violência. Violência e intolerância que até hoje marcam a vida das mulheres e que se acentuam em alguns segmentos como: as mulheres negras, brancas pobres, indígenas, ciganas, etc.

Você pode estar se perguntando, como invisíveis, se as mulheres têm ocupado hoje diversos espaços no mundo do trabalho, inclusive espaços que até pouco tempo eram legitimados como masculinos. Como invisíveis, se as mulheres têm conquistado direitos, através de legislações que as protegem de diversas violações como a lei Maria da Penha sancionada em 2006, a lei contra o Feminicídio, pela Presidenta Dilma Rousseff.

O lugar que as mulheres ocupam no mercado de trabalho, as leis que as protegem resultam das lutas por elas protagonizadas. Segundo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres, apesar das conquistas, muito ainda precisa ser feito no campo da educação, saúde, da diversidade, da inserção no mercado de trabalho, considerando que as mulheres brasileiras são distintas, no que diz respeito à questão de raça/etnia, classe, religião, orientação sexual, etc. Logo, o atendimento as suas necessidades deve levar em conta tais particularidades.

Acho que devo explicar então, por que invisíveis, se estão historicamente mostrando sua capacidade de luta, organização e provando de conquistas relevantes. Temos então, a princípio, duas questões a elucidar:

1º. As conquistas legais, muitas vezes, não obtêm o devido reconhecimento e compromisso no processo de sua execução. Nesse sentido os ganhos são pertinentes, mas terminam caindo na invisibilidade fortalecida pela ideia, distorcida, de que a lei mais serve para aprofundar as situações de violações do que para proteger.

2º.   Não podemos negar a relevância das conquistas, porém sabemos que temos ainda um quantitativo expressivo de mulheres que não são contempladas.

A realidade tem evidenciado que as mulheres não se calam, não se acomodam ou se conformam, mesmo fragilizadas, cansadas, negadas no processo, suas lutas têm apontando para o desejo de igualdade, não apenas a formal, mas a igualdade enquanto realidade concreta. Suas lutas não se centram numa possível “guerra entre os sexos”, “entre as raças”, “entre as orientações sexuais”. Suas lutas são pela quebra das hierarquias que postulam que existem seres humanos superiores e seres humanos inferiores. A luta maior é pela igualdade e respeito ao ser humano, que é diverso.

Então, homenageio todas as mulheres e desejo que se entendam como pessoas capazes de mudar a história de dominação, exploração e opressão a que muitas estão submetidas. Desejo ainda que entre nós, principalmente, sejamos capazes de nos ver como iguais na diversidade.

Por fim, parabenizo os homens, aqueles que são capazes de entender que suas mães, esposas, filhas, irmãs, primas, merecem ser reconhecidas como guerreiras que forjam o cotidiano com amor, sensibilidade, mas, sobretudo, com muita determinação.

E como disse Cora Coralina “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada”. Então, que possamos seguir a caminhada nos apartando daquilo que nos desumaniza e nos aproximando daquilo que nos humaniza.

Desejo de dias melhores.

Valdenice José Raimundo
Doutora em Serviço Social
Docente na Universidade Católica de Pernambuco

1 pensou em “Invisibilidade protagonista: Uma homenagem ao Dia Internacional das Mulheres – por Valdenice José Raimundo

  1. Misericórdia! Aff!
    Acesso seu blog para relaxar e vejo um artigo desses, que não obstante está bem redigido gramaticalmente, padece, ou melhor, está entupido de um vitimismo já doentio e refutado pela lógica.
    A nobre articulista fala que as mulheres estão, são invisiveis em nossa sociedade?
    Que é isso doutora….
    As mulheres ao longo da existência humana ocupam bem seus papeis na sociedade, e, muitíssimas, se sobressaem magnificamente.
    Não sei se a senhora considera o papel de ser mãe algo inferior ou indecente, posto que, na pratica, ser mãe é o maior DOM que um ser humano pode ter ou exercer: gerar vida!
    Bilhões de mulheres pariram e estão à parir. Educaram e educarão seres humanos, e ainda assim as mesmas vivem invisíveis?
    Vosso discurso de teses petistas, psolistas é, ipso factu, como toda ideologia, inconsistente: a humanidade só existe por que as mulheres existem: tem protagonismo maior que esse?
    “O feminismo trouxe a ideia confusa de que as mulheres são livres quando servem aos seus empregadores, mas são escravas quando ajudam seus maridos”, nos adverte o grande G.K Chesterton.
    As observações da Doutora no artigo negam cabalmente a verdade pratica de que as mulheres são tao atuantes no mundo quanto os homens: Chesterton chamou o feminismo de ódio a todas as coisas femininas. O que há de mais feminino é a maternidade, e o ódio a maternidade é sintetizado pelo aborto: o ato horrível de matar o próprio bebê é defendido como um direito.
    Caro Pilako se, e, apenas, se citássemos aqui, o papel da Virgem Maria, em trazer ao mundo o Salvador da especie humana, nada mais se deveria argumentar; claro num contexto de mentes saudáveis, e não obnubiladas por ideias criadas em laboratórios sociais.
    Só faltou à nobre escritora citar Simone de Bouvair, que, estupidamente, alem de abusar de adolescentes junto com o marido, e fazer sexo a três, dizia: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.” kkk
    Porca miséria! Como, pari passu, essas aberrações estão tão vivas em nosso meio ideologizado.
    Pilako permita-me ironizar um pouco amparando-me num belo e esclarecedor texto de Olavo de Carvalho: (não ria se puder)
    “Quando a economia de coleta foi substituída pela agricultura e pela pecuária, novamente os homens deram uma de espertinhos, atribuindo às mulheres as tarefas mais pesadas, como a de carregar as pedras, domar os cavalos, abrir sulcos na terra com o arado, enquanto eles, os folgadinhos, ficavam em casa pintando potes e brincando de tecelagem. Coisa revoltante.”
    “Quando os grandes impérios da antiguidade se dissolveram, cedendo lugar aos feudos perpetuamente em guerra uns com os outros, estes logo constituíram seus exércitos particulares, formados inteiramente de mulheres, enquanto os homens se abrigavam nos castelos e ali ficavam no bem-bom, curtindo os poemas que as guerreiras, nos intervalos dos combates, compunham em louvor de seus encantos varonis.”
    “Quando alguém teve a extravagante idéia de cristianizar o mundo, tornando-se necessário para tanto enviar missionários a toda parte, onde arriscavam ser empalados pelos infiéis, esfaqueados pelos salteadores de estradas ou trucidados pelo auditório entediado com os seus sermões, foi novamente sobre as mulheres que recaiu o pesado encargo, enquanto os machos ficavam maquiavelicamente fazendo novenas ante os altares domésticos.”
    “Idêntica exploração sofreram as infelizes por ocasião das cruzadas, onde, armadas de pesadíssimas armaduras, atravessaram os desertos para ser passadas a fio d’espada pelos mouros (ou antes, pelas mouras, já que o machismo dos sequazes de Maomé não era menor que o nosso). E as grandes navegações, então! Em demanda de ouro e diamantes para adornar os ociosos machos, bravas navegantes atravessavam os sete mares e davam combate a ferozes indígenas que, quando as comiam, – era porca miséria! – no sentido estritamente gastronômico da palavra.”
    “Finalmente, quando o Estado moderno instituiu o recrutamento militar obrigatório, foi de mulheres que se formaram os exércitos estatais, com pena de guilhotina para as fujonas e recalcitrantes, tudo para que os homens pudessem ficar em casa lendo A Princesa de Clèves.”
    “Há milênios, em suma, as mulheres morrem nos campos de batalha, carregam pedras, erguem edifícios, lutam com as feras, atravessam desertos, mares e florestas, sacrificando tudo por nós, os ociosos machos, aos quais não sobra nenhum desafio mais perigoso que o de sujar nossas mãozinhas nas fraldas dos nossos bebês.
    Em troca do sacrifício de suas vidas, nossas heróicas defensoras não têm exigido de nós senão o direito de falar grosso em casa, de furar umas toalhas de mesa com pontas de cigarros e, eventualmente, de largar um par de meias no meio da sala para a gente catar.”
    http://forum.jogos.uol.com.br/olavo-de-carvalho-destruiu-o-feminismo-com-esse-artigo_t_3556666
    Pilakinho hj todo mundo quer “PENSAR”, mas a bronca tá nas bases ideologicas. Tão belo é ver e vivenciar a vida.
    Ainda prefiro apegar-me em pensadores bem pequenininhos tipo São Tomas de Aquino que dizia: “uma velhinha que reza sabe mais que Aristóteles”. Alguns dirão que o “analfabeto” Sao Tomás está errado, mas pelo visto, está certo diante das aberrações feministas.
    A perda dos papéis distintivos dos sexos — a qual é chamada por Chesterton de “distinção de dignidade entre homens e mulheres” — tem tido grave consequências para nossa sociedade. O problema com os sexos hoje em dia, diz ele, “é que cada sexo está tentando ser ambos os sexos ao mesmo tempo. O feminismo, que começou com as mulheres tentando ser mais do que os homens, só obteve sucesso em fazer com que os homens fossem menos como homens. E as mulheres estão deixando os verdadeiros homens irem embora.
    [*] Dale Ahlquist. “The Triumphs and Failures of Feminism”. The Distributist Review, 5 de Junho de 2011.
    Aqui encerro Pilako triste e feliz ao mesmo tempo: triste por saber que a ideologia feminista vem fazendo estragos na vida e na família de tantas mulheres, e feliz pela indignação que me fez reler os textos de filósofos que não vivem e nem tem tendencia a serem esquizofrênicos sociais.
    Abraços!

Deixe um comentário para Manoel Carlos Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *