LAIKA: a cachorrinha que foi sacrificada por todos nós…

Em tempo de redes sociais, na quais qualquer pessoa do planeta poderá emitir opinião sobre todo tipo de questão – não necessariamente com a mínima propriedade para tal – é possível se dizer que  “embarcamos” num mundo nunca antes pensado. Lembremos, então, que por conta de opiniões divergentes muita gente morreu em brasas (fogueiras), em espetáculos promovidos nos espaços públicos.

Estamos vivenciando também, sob o patrocínio do segmento industrial “pet”, a chamada “humanização dos bichos”. Cachorro e gato, por exemplo, agora, são considerados entes das famílias.

A tal civilidade, tão evocada nessa corrente de pensamento, deveria nos proporciona um entendimento de que a vida de todos os animais tem o mesmo valor e o mesmo sentido. Racionalmente falando não podemos achar, por exemplo, que um cachorro seja merecedor de uma festa de aniversário ao passo que um bode, simplesmente,  nasceu apenas para nos servir de alimento, após sua fase de crescimento e engorda. Essa ideia foge totalmente do princípio da razoabilidade…

Pois bem, na última sexta, 03 de novembro, comemoramos sessenta anos do lançamento do primeiro ser vivo ao espaço. A “figura” escolhida pra o sacrifício, foi uma cachorrinha vira-lata,  recolhida nas ruas de Moscou – União Soviética.

Laika, “premiada” entre meia dúzia de similares para entrar para história, foi ungida pelo seu caráter esperto, por ser dócil e ser portadora de um olhar curioso. “Pedi a ela que nos perdoasse e chorei ao acariciá-la pela última vez”, explicou, à época, a bióloga russa que fez parte da missão. Tudo isso ocorreu no ápice da chamada “Guerra Fria”, travada por décadas,  entre EUA e URSS.

Diante de todas essas informações peguei-me a imaginar: Já pensou se no momento atual alguém anunciasse que iria enviar um cachorro ao espaço, mesmo sabendo que ele não  mais voltaria ao convívio dos humanos? O que os internautas, do mundo inteiro, iriam escrever nas redes sociais sobre esse episódio? Os conceitos, ao longo do tempo, realmente, mudam e nos sugerem, muitas vezes, mudar com eles, afinal não vivemos numa ilha…..

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