O internauta Manoel Carlos comenta postagem sobre os 500 anos da Reforma Protestante.

Em função da minha postagem de ontem (31), realçando os 500 anos da Reforma Protestante, o amigo e internauta Manoel Carlos, produziu um comentário que reproduzo abaixo. Entre outras coisas,  ele coloca: “o protestantismo é um primeiro e irreversível passo rumo ao ateísmo”. A frase é forte e polêmica. Boa leitura:

“Querido Pilako a dita “reforma protestante” é tida por muitos estudiosos como algo que não surgiu pronta, como pensam alguns, mas foi ao longo de décadas, séculos se moldando ao gosto de muitos teólogos, governos, etc.
Vários mitos são hoje propagandeados sobre a mesma. Alegam alguns que a dita “libertou” o homem da escravidão de verdades dogmáticas, e que nesta toada ajuda a fundar um estado moderno. Será mesmo?
O filosofo Olavo de Carvalho em artigo primoroso analisa os desdobramentos da dita reforma.
Veja:
“Um dos mitos preferidos da cultura americana é o de que a Reforma protestante foi uma das fontes principais da liberdade religiosa, dos direitos individuais e da proteção contra os abusos de um governo central. Some-se a isso a falsa crença weberiana (ou semiweberiana) de que a “ética protestante” gerou o capitalismo, e a única conclusão possível é que o cidadão de hoje em dia deve a Lutero e Calvino, no fim das contas, praticamente todos os benefícios legais, políticos e econômicos de viver numa democracia moderna. Mas tudo isso é propaganda, não História. Desde logo, a supressão da autoridade política da Igreja – um dos objetivos declarados da Reforma, que nisso concordava perfeitamente com Maquiavel – liquidava toda mediação espiritual institucionalizada entre o governo e o povo, reduzindo a sociedade a um campo de disputa entre duas forças apenas: de um lado, uma poeira dispersa de consciências individuais com suas crenças subjetivas infindavelmente variadas e variáveis; de outro, a vontade de ferro do governante, consolidada na doutrina da “Razão de Estado”, necessidade incontroversa à qual ninguém podia se furtar.
Não é preciso dizer qual dessas duas forças acabou por prevalecer. O clássico estudo de Bertrand de Jouvenel, Du Pouvoir, Histoire Naturelle de sa Croissance (1949), demonstrou de uma vez por todas que o crescimento do poder do Estado, com a consequente atrofia das liberdades individuais, é a mais nítida constante da História ocidental moderna, pouco importando se falamos de “democracias” ou de “ditaduras”.” (http://www.olavodecarvalho.org/heranca-e-confusoes/)
Caro amigo: moralmente os frutos da reforma protestante são fracos: os Luteranos de hoje nada lembram o próprio Lutero. O Lutero que rompeu com Roma (talvez num primeiro momento não tenha rompido com o catolicismo) manteve seu amor a Maria Santíssima, cria na Santa Eucaristia, reverenciava as Imagens Tridimensionais, pugnava pela Sucessão Apostólica dos seus Bispos e padres, e, inclusive, era dogmático.
Lutero aparenta ter querido mais romper com a submissão a um poder temporal do que com o catolicismo propriamente. Mas, de toda sorte, a evolução da dita reforma, se olhada pelos frutos modernos ver-se-á que é um fracasso retumbante, moralmente.
Alguns, caro pilako, querem pontuar que desde seu surgimento o capitalismo se instala. Veja esta análise:
“Em meados do século 18, decorridos nada menos do que dois séculos da Reforma protestante, a França católica ainda era o país mais próspero e culto da Europa, enquanto a Alemanha, berço de Lutero, jazia no atraso econômico e cultural mais abjeto, ao ponto de que o alemão não tinha sequer se consolidado como língua de alta cultura (os intelectuais escreviam em francês ou latim). Ainda em meados do século 19, foi em Paris que pela primeira vez um governante alemão, Otto von Bismarck, percebeu que era importante para cada nação ter uma classe média educada, modelo que ele então procurou implantar no seu país, apenas com signo religioso invertido, perseguindo os católicos e fomentando a educação protestante.”

Pilako “o protestantismo é um primeiro e irreversível passo rumo ao ateísmo”. Os países que primeiro foram engolidos pelo luteranismo e pelo calvinismo (e, no caso da Inglaterra, pelo Anglicanismo) são aqueles que, hoje, rejeitam os valores cristãos. Liberam antes de todos os demais países as drogas, equiparam uniões gay ao matrimônio, permitem a eutanásia e o aborto e possuem baixíssima natalidade.
A promoção do ateísmo pelo protestantismo foi intencional? Certamente que não. Mas foi uma consequência inevitável do esvaziamento da doutrina cristã ao bel prazer de cada teólogo e “paxtô” protestante. Dessa dita “reforma”, só pode resultar relativismo e descrença. Disso Lutero deu um eloquente testemunho, com seu desespero e suicídio.
Sempre, em todas as épocas e partes do mundo, existiram ateus. Mas o protestantismo, meio sem querer, incentivou e é, com certeza, o pai do ateísmo ocidental moderno, como ideologia, quaisquer que seja a forma que esse assuma”.

Manoel Carlos Junior.

4 pensou em “O internauta Manoel Carlos comenta postagem sobre os 500 anos da Reforma Protestante.

  1. Ao criar a Igreja Anglicana ,transformando o chefe de estado em líder espiritual Henrique VIII passou de crítico a imitador de Lutero.
    Esse ato foi o precedente de forma alguma proposital, para a criação entre outras da Igreja Do Reich na Alemanha Nazista por colocar a fé a serviço do estado.

  2. O protestantismo é o ateísmo,ele não leva ao ateísmo…é o ateísmo! Todos aqueles que se afastam da verdade,não mais a reconhecem,pois aceitam protestar contra o Nosso Senhor Jesus. Jesus é a verdade,sendo a verdade,quem se afasta de Sua Igreja,perde o conhecimento da criação e de Seu Criador. O herege Lutero é o anti-Cristo,é Judas,é a serpente no paraíso,é o ateísmo e tudo aquilo que inverte…não converte! Amigo Manuel,parabéns pela defesa!

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