Mestre Aragão: um estudioso, um visionário!

Contar a história depois do acontecido é tarefa corriqueira. O grande desafio, entendo, seja prospectar o futuro. Tem uma frase que diz: “quem não sabe de onde veio, continuará  caminhado sem saber aonde quer chegar…”.

Recentemente, sobre as questões urbanas da nossa cidade, li um artigo escrito, em 1946,  pelo professor José Aragão, ou seja: há mais 70 anos. Nele, entre outras coisas, dizia que para se resolver os graves problemas da habitação na nossa cidade, deveriam os “homens de dinheiro” construir “casas de aluguel”. Além da visão mercadológica apontava ele, também, às localidades apropriadas.

Pois bem, o tempo passou e constatamos que suas opiniões estavam dentro de uma coerência, de uma lógica exequível. Não à toa, hoje, os maiores investimentos em moradia popular na nossa cidade estão dentro das suas previsões.

Abaixo, portanto, segue um pequeno trecho do referido artigo:

“Não se diga que não há terrenos para construir. Não há, ou há pouco, no perímetro urbano. Mas é preciso compreender que a cidade não pode conter nas ruas principais toda população. Acabar com essa mania de só construir “dentro da rua”, como se diz vulgarmente. Temos, no trecho compreendido entre o Jiquiá e a rua da Ponte, a zona natural de expansão da cidade. Terreno elevado, livre de inundações, à margem de estradas intermunicipais de tráfego intenso, já servido, em boa parte, de água, luz e escolas. Nesse trecho existem já edificações regulares, que formam as ruas Dr José Rufino e Joaquim Nabuco, e prédios importantes, como a Casa dos Pobres, a sede da sociedade “Amor e Trabalho” e a nova Escola Rural. Por aí é que a cidade tem de avançar logo que a prefeitura, desapropriando terrenos ainda não edificados nas pequenas propriedades que margeiam os subúrbios, rasgar novas artérias estendendo o meio fio e as redes de iluminação e água potável”.

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