A silenciosa Pena de Morte nacional.

Os telejornais das grandes emissoras, ontem (02), reproduziram o dia de terror vivido pela população da cidade do Rio de Janeiro. Aparentemente é  um problema que se encontra  fisicamente distante da gente, mas, ao mesmo tempo, muito próximo em termos de conduta social. No nosso Estado, Pernambuco, por exemplo, em termos proporcionais, o terror é o mesmo e o mapa da violência,  teoricamente, tem as mesmas causas, motivos e efeitos.

Hoje pela manhã os noticiários locais repercutiram mais um estouro de caixas eletrônicos. Desta vez, no Litoral Sul, em Tamandaré. Na nossa cidade, Vitória de Santo Antão, nas últimas 24 horas, ocorreram homicídios com os mesmos modus operandi de sempre, não obstante haver ocorrido, há poucos dias, uma espetacular operação policial  – “força no Foco”.

Segundo informações oficiais do Governo de Estado (PE), 60% das mortes violentas ocorrem em trinta e cinco localidades que, somadas, correspondem a apenas 2,6% da extensão territorial do chamado Grande Recife. Ainda segundo esse cruel e macabro “mapa da violência” a maior parte das vítimas são homens com idades entre 18 e 30 anos, assassinados por outros da mesma faixa etária e renda e , pasmem,  70% das vitimas são “ativistas” das chamadas “guerra do tráfico”.

O curioso é que todas essas informações são de fontes oficiais e, ao mesmo tempo, temos consciência de que o uso de droga é terminantemente proibido no Brasil. Outra curiosidade interessante, nesse contexto,  é também saber que os presídios brasileiros não recupera ninguém e funcionam, comumente, como uma espécie de “escritório central” das quadrilhas do crime, cada vez mais organizado.

No meio desse fogo cruzado encontra-se o cidadão comum,  não bandido e não usuário de drogas ilícitas,  cada vez mais obrigado a se esconder e confinar-se. Mas, enquanto as autoridades brasileiras continuarem recuando e inventando manobras para tentar se justificar à população, os mais pobres, negros e usuários de drogas, na esmagadora maioria dos casos,  vão pagando a conta mais cara, da cada vez mais comum,  “Inquisição do crime”.

Em praticamente todos os lugares encontramos alguém encher os pulmões para dizer: “bandido bom, é bandido morto”. Mahatma Gandhi dizia: “olho por olho e o mundo acabará cego”. Portanto, na qualidade de simples blogueiro do interior do nordeste brasileiros, imagino já haver passado da hora de inverter à lógica e à forma de combater a criminalidade no nosso País, que diga-se de passagem,  com dimensões continentais.

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