Quase sempre, ao encontrar o amigo Raminho Fotógrafo, nas mais variadas ocasiões, dizia: Raminho, Pedro Ferrer deixou a porta do Instituto Histórico aberta mais uma vez….num foi? Invariavelmente, suas palavras  eram precedida por um largo sorriso, aliás, algumas  das suas marcas registradas, assim como  o fino trato, o bom humor e a vontade de interagir com as pessoas… Nas minhas palavras, com tal saudação, residia um elogio: Raminho era uma espécie de peça valiosa para todos vitorienses, um verdadeiro patrimônio de todos nós, algo, portanto, que deveria, desde sempre, permanecer guardado no relicário da cultura vitoriense, ou seja: Instituo Histórico e Geográfico da Vitória de Santo Antão.

Se registrar encontros e momentos, ocasiões únicas e fatos marcantes é também uma forma de contar a história das pessoas, Severino Francisco de Matos, O RAMINHO, além de fotógrafo esmerado na labuta, indiscutivelmente,também foi um dos maiores contistas que habitou na terra de Diogo de Braga, face ao seu rico acervo fotográfico e os seus incontáveis cliks.

Com quase seis décadas no oficio na arte de fotografar, Raminho registrou quase tudo e todos no nosso torrão. Há pouco menos de um ano, na Praça da Matriz, na noite que antecedeu (05)  o sábado de Zé Pereira do carnaval passado (2016), bati um alongado papo com ele. Falamos sobre um bocado de coisas. Na qualidade de “fotógrafo oficial” dos eventos sociais e carnavalescos da nossa Vitória de Santo Antão, falou do que mais lhe marcou, ocasião, aliás, em que resolvi gravar um vídeo com ele. Veja o Vídeo:

Com o seu sepultamento, ocorrido na tarde do domingo (22) no Cemitério local, nos fica a certeza de que a sequência dos seus registros fotográficos, por força imperiosa do tempo, chegou ao The End . Mas, na mesma proporção e com a mesma certeza, fica-nos também a sensação de que o amigo Raminho estará sempre emoldurando nossos momentos eternos – fotografias –  através dos registros fotográficos,  por ele produzido.

Portanto, aos familiares e amigos de um dos mais  famosos “retratistas” da nossa Vitória de Santo Antão, Raminho Fotógrafo, resta-nos apenas a lembrança viva de que o mesmo cumpriu sua missão na vida terrena com galhardia, responsabilidade social e com respeito aos semelhantes, honrando com maestria o sopro de vida que lhe foi ofertado pelo criador todo poderoso. Ao “pisar” no céu, certamente Raminho será alvo de muitos flashs, afinal não é todo dia que se recebe  lá – na morada  eterna  – uma alma com tanta pureza.