Vitória do Rio e dos Morros – por Aposente

apo

Quando transitamos pelas ruas do município de Vitória de Santo Antão facilmente percebemos as diferenciações no relevo da cidade, nossas famosas ladeiras trazem uma característica marcante em nossa paisagem. Afinal, as características do relevo vitoriense fazem com que a população tenha um comportamento que melhor se adapte as dificuldades e facilidades que esse tipo de terreno impõe. Nossas construções, a forma e o horário que nós transitamos são intimamente afetadas pelos morros. Contudo, o que seria esse relevo formado por morros? E quando ele surgiu?

Vitória está localizada no Vale do Rio Tapacurá, facilmente percebemos isso quando observamos que o centro da nossa cidade está em um “bucaco” entre os bairros do Alto José Leal e o Bairro da Bela Vista, no outro lado nós temos outras elevações que vão desde os bairros do Lídia Queiros ao distrito de Pacas. Uma das coisas que poucos sabem, é que Vitória também faz parte do planalto da Borborema, todavia, na área desgastada do planalto que surgiu a cerca de 100 milhões de anos. O clima quente e úmido e o rio Tapacurá foram os responsáveis por moldar nossa paisagem ao longo de muito tempo.

Hoje, nosso relevo é classificado como mamelonar, ou relevo de mares de morros. Nosso vale, que se inicia próximo à entrada da cidade para aqueles que vem do município de Pombos, se dirige por inúmeros bairros até atingir o bairro do Matadouro saindo assim de nossa área urbana. Nosso vale e nosso rio parecem escondidos devido ao adensamento populacional, mas, imaginem como Diogo de Braga, no século XVII, viu essa paisagem. Uma paisagem com bons solos para agricultura, com um rio perene que descia da Borborema. Ele viu uma paisagem de oportunidades. Vitória sempre foi uma cidade propicia à produção e ao comércio. Nosso vale e nossos morros agrícolas alimentaram e alimentam muitas cidades Pernambucanas.

As primeiras moradias vitorienses se estabeleceram em zonas altas e planas, principalmente nos atuais bairros da Matriz e Livramento, com o crescimento populacional as áreas próximas aos rios e as áreas de morros, menos planas, foram tomadas. Hoje, Vitória é um misto de paisagens. Nossos morros e vales trouxeram alguns problemas com o passar do tempo. As enchentes são um desses problemas, pois nossa drenagem traz as águas das áreas altas até o nosso vale, onde está localizado o centro comercial e muitas moradias. Esse problema requer um planejamento público de nossa gestão. O transporte também é um problema para a população, pois é caro com o transporte por motos, e inconstante com o transporte por ônibus.

Apesar dos problemas, não podemos olhar para nossa paisagem de forma negativa. Ela é resultado do que somos e influenciou o que somos em uma relação indivíduo x ambiente única para cada cidadão. O espaço Vitoriense é rico em história e sentimentos. Nosso rio e morros fazem parte de uma cidade que sempre foi polo, e tem um enorme potencial para crescer e aumentar o seu desenvolvimento ainda mais. Somos a porta entre a Borborema e o litoral e estamos no centro da Zona da Mata Pernambucana, o que faz de Vitória uma cidade Muito bem localizada. Cabe a nós fazermos desse potencial, uma realidade.

APOSENTE

1 pensou em “Vitória do Rio e dos Morros – por Aposente

Deixe um comentário para Manoel Carlos Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *