“Empreendimento-Eleitoral- de Poder-Financeiro- Familiar”: realizado com sucesso.

Foto: Divulgação

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Conforme havia prometido, irei fazer, no decorrer desta semana, algumas considerações no tocante aos resultados das urnas, obtidos pelos candidatos da nossa cidade. Começarei com a votação de Joaquim Lira que alcançou 67.584 sufrágios em todo estado, consolidando assim, a força do seu pai, prefeito Elias Lira, em toda região.

andreSe beneficiando da engenharia partidária – PSD – onde o presidente estadual é seu correligionário de longas data, André de Paula, o partido de Joaquim  foi generoso com ele  na medida que ele teve dinheiro para investir nesta eleição, ou seja, o deputado federal André de Paula conseguiu muitas cidades para que ele fosse o candidato apoiado pelo prefeito que, em contra partida, entrava também por tabela na dobradinha. Coisas da política.

Com relação à votação de Joaquim, aqui em Vitória, podemos dizer que, salve engano, foi a maior votação obtida por um deputado estadual em nossa terra, tanto em números absolutos quanto proporcionais. Os 27.711 votos a ele destinado nas urnas vitorienses revelam o tamanho do investimento realizado por seu pai que, entre outras coisas, soube instrumentalizar a máquina pública (escancaradamente) para conseguir seu objetivo. Apesar das quebras dos tabus, curiosamente a vitória de Joaquim aqui na cidade, politicamente falando, foi menor que a obtida por seu pai na eleição – aqui em Vitória – para deputado estadual em 2006.

Vale também salientar que Elias contou com o apoio de nove vereadores – do total de 11 – da Câmara Legislativa local. Elias Também teve “argumento” para convencer o vereador, Edvaldo Bione, a não se lançar candidato a deputado estadual nesta eleição, que por sinal, perdeu uma ótima oportunidade de se eleger graças à coligação partidária do qual seu partido (PROS) fez parte. Se Bione tivesse se lançando, com certeza, diminuiria o universo eleitoral local para Joaquim. Historicamente, Bione, como candidato a deputado estadual “da terra” sempre foi bem votado aqui.

bione

Foto: Autor desconhecido

É bom lembrar  que na última vez  que Bione saiu candidato a deputado estadual –  2010 – obteve, aqui na cidade, mais de 13% dos votos válidos, portanto, o fato de Bione não ter sido candidato, como de costume, e o grupo de Elias não ter apoiado candidatos de fora, como foi o caso das eleições em 2010, quando Elias “apoiou” a candidatura de ex-aliado Henrique Queiroz, foram determinantes para a expressiva votação de Joaquim no município.

Se utilizando também da estrutura da máquina, Elias trouxe de volta, “para baixo de suas asas”, alguns dos ex aliados, cooptando também, pessoas do grupo político dos deputados Aglailson Junior e Henrique Queiroz.

Enfim, Elias fez praticamente tudo que os outros, se estivessem com o “chicote na mão” também fariam contra ele. Aliás, falando em máquina, Elias também ajustou a agenda administrativa da prefeitura com o período eleitoral para “abençoar” o seu filho como candidato.

Sob a proteção deste “guarda-chuva” estrutural, Joaquim também fez a sua parte, ou seja, não atrapalhou em nenhum momento o “empreendimento político-financeiro” de puder” da família, até porque, NESTAS MESMAS CIRCUNSTÂNCIA, se Elias tivesse optado, ao invés de Joaquim, pela candidatura da filha, do genro, da mulher, de qualquer dos sobrinhos/sobrinhas, ou até mesmo do vigia da sua casa, também havia logrado êxito na sua empreitada, ou seja, a nossa legislação eleitoral “permite” que candidatos de “chocadeira” (produzidos da noite para o dia), também sejam eleitos.

Para finalizar, esperamos que o Doutor Joaquim não se espelhe, no seu mandato parlamentar na ALEPE, na atuação do seu pai, quando o mesmo foi deputado por três legislaturas. Desejamos, então, que o “novo” representante do povo da Vitória, tenha um mandato sintonizado com o que a cidade precisa e que saiba, sobretudo, respeitar cada voto obtido nas urnas.

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