Internauta Pedro Cesar responde ao Prof. Pedro Ferrer

Comentário postado na matéria “Prof. Pedro Ferrer responde a comentários de internauta“.

Senhor Pedro Ferrer não obstante as críticas que lhe fiz, bem como ao “Patriarca” católico Padre Renato curvo-me a sua humildade, pois só quem a possui é capaz de responder tão garbosamente a uma “crítica”.

Estive na recepção dada ao Senhor José Aglaílson naquela noite, sai satisfeito da mesma, pois, realmente, o Instituto foi por Ele bastante “amparado”, cuidado; coisa que nos tempos do Senhor Elias Lira (pessoa que muitos sócios “amam”, eu dia: bajulam, e admiram, talvez pelo vazio existencial do mesmo ou de si próprios, não sei, tenho dúvida); Usarei bom “Petrus” um termo da sua ciência para definir o foi que a relação gratuita do “Zé do povo” com o Instituto: simbiose! Sim, pois o velho, o doido, o desequilibrado vermelho desapropria e doa ao Instituto um imóvel!!! E fico nas minhas divagações querido Pedro pensando: porque homens e mulheres que se arvoram a preservadores da cultura vitoriense sempre amaram o vazio? O vazio dos apoios do Senhor Elias Lira? Será uma doença de cunho psiquiatrico ou espiritual?
Bom Pedro Ferrer faço votos que vc continue muito, mais muito tempo na presidência do Instituto, pois com vc vejo que um novo horizonte se anela para o mesmo.
Com vc, amigo Pedro a poesia de Gabriel Garcia Lorca se torna tocável, veja:
ESTE É O PRÓLOGO

Deixaria neste livro
toda a minha alma.
este livro que viu
as paisagens comigo
e viveu horas santas.

Que pena dos livros
que nos enchem as mãos
de rosas e de estrelas
e lentamente passam !

Que tristeza tão funda
é olhar os retábulos
de dores e de penas
que um coração levanta !

Ver passar os espectros
de vida que se apagam,
ver o homem desnudo
em Pégaso sem asas,

ver a vida e a morte,
a síntese do mundo,
que em espaços profundos
se olham e se abraçam.

Um livro de poesias
é o outono morto:
os versos são as folhas
negras em terras brancas,

e a voz que os lê
é o sopro do vento
que lhes incute nos peitos
– entranháveis distâncias.

O poeta é uma árvore
com frutos de tristeza
e com folhas murchas
de chorar o que ama.

O poeta é o médium
da Natureza
que explica sua grandeza
por meio de palavras.

O poeta compreende
todo o incompreensível
e as coisas que se odeiam,
ele, amigas as chamas.

Sabe que as veredas
são todas impossíveis,
e por isso de noite
vai por elas com calma.

Nos livros de versos,
entre rosas de sangue,
vão passando as tristes
e eternas caravanas

que fizeram ao poeta
quando chora nas tardes,
rodeado e cingido
por seus próprios fantasmas.

Poesia é amargura,
mel celeste que emana
de um favo invisível
que as almas fabricam.

Poesia é o impossível
feito possível. Harpa
que tem em vez de cordas
corações e chamas.

Poesia é a vida
que cruzamos com ânsia,
esperando o que leva
sem rumo a nossa barca.

Livros doces de versos
sãos os astros que passam
pelo silêncio mudo
para o reino do Nada,
escrevendo no céu
suas estrofes de prata.

Oh ! que penas tão fundas
e nunca remediadas,
as vozes dolorosas
que os poetas cantam !

Deixaria neste livro
toda a minha alma…
Federico Garcia Lorca
Abraços, Pedro Cesar!

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