Esse mensalão já está me dando nojo

Foto ilustrativa – autor desconhecido.

Aliás , o que é nojo? Porque alguns animais, especialmente os políticos, ou melhor os insetos causam nojo? Será um sentimento exclusivamente humano? No livro (que eu nunca li) E o cérebro criou o homem , o neurobiólogo Antonio Damásio dedica uma passagem sobre esse tema. Segundo ele, o nojo é produzido pelo córtex cerebral insular, uma parte oculta do cérebro, se tornou responsável pelo surgimento de vários tipos de emoção que orientam o comportamento humano e auxiliam a sobrevivência. Sentir nojo serve para nos manter longe de corruptos, alimentos potencialmente tóxicos, como por exemplo carne estragada, constituinte defasada, lei penal desgastada. O sistema de ter nijo é um sistema de defesa que nos preserva desses vários tipos de contaminantes. Há também sentimentos de nojo e ações moralmente inadequadas, nesse caso ele é o sentido de desprezo.

Essa visão funcional do nojo não é nova, Charles Darwin no livro A expressão da emoção no homem e nos animais, publicado em 1892. O nojo a palavra inglesa disgust, é o desgosto o contrário do gosto, ou seja, o intragável. Hoje 18 de setembro temos uma decisão a ser tomada por um dos ministros do supremo tribunal para julgar se são culpados ou se merecem recurso os réus do mensalão. Tomara que a sua decisão não cause  mais nojo na política brasileira.

A palavra nojo recobre mais do que apenas o intragável ou desgostoso. Nem sempre algo que nos contamina ou prejudica nossa saúde é repulsivo. Batatas fritas são tóxicas porque sua gordura pode entupir nossas artérias, mas não são nojentas. O sangue é por vezes nojento, mas nada tem de tóxico. De outra forma criança não mexeriam em coisas tão repugnantes sem sentir repulsa. O caso extremo são crianças que manipulam excrementos de vacas e os comprimem para torná-los combustíveis de fornos para assar comidas aparentemente sem qualquer repugnância. Noutra oportunidade voltaremos a falar de coisas nojentas como : desvio de dinheiro público, Maluf, Sarney, Marco Maciel,  superfaturamento de obras e outras doçuras nojentas.

fralkin

 

Franklin Ferreira
Professor de Química

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