Pedro Ferrer: Guardião da Cultura Vitoriense.

No final da reunião, após a apresentação do balancete de setembro, Carlos Freire, o tesoureiro do IHGVSA (Instituto Histórico e Geográfico da Vitória) fez um retrospecto e  um resumo das despesas gerais da última etapa da reforma do museu. Consta na prestação de contas um déficit de R$ 27.118,01 (vinte e sete mil, cento e dezoito reais e um centavo). Para surpresa nossa esta conta foi paga pelo presidente da entidade, professor Pedro Ferrer. Por esta sua atitude abnegada e desprendida, associada à sua dedicação, a assembleia dos sócios resolveu outorgar-lhe o título de “Sócio Benemérito”.

Tomando a palavra o professor Ferrer minimizou a importância do seu gesto:

“Estou diretor de Cultura do município. No primeiro ano trabalhei com denodo e fiz jus ao salário mensal de R$ 820,00. A partir do segundo ano a atividade cultural desandou e sentindo-me desmotivado, retrai-me. Todas as decisões ficavam ao cargo de dois ou três elementos. Preterido e olvidado,  senti-me fora do contexto da Secretaria de Cultura. Durante 3 anos fui omisso e não frequentei a Secretaria de Cultura. Nada havia para fazer. Fui aconselhado a renunciar ao cargo. Não o fiz. Resolvi continuar e trabalhar, em benefício da cultura vitoriense por outras vias. Como não fazia jus ao “alto salário” resolvi dar-lhe um destino outro, que não meu bolso.

Auxiliei a edição de CDs, DVDs, impressões de livros, montagens de peças teatrais  e principalmente, apliquei no nosso Instituto Histórico. Não vejo nenhum mérito no meu gesto, pois achava injusto receber sem trabalhar. Tinha que dá um destino aquele dinheiro e foi o que fiz durante esses três últimos anos ajudando o IHGVSA. Recebo com alegria a honraria e espero continuar funcionário municipal, “sem trabalhar” e assim continuar colaborando com o desenvolvimento da cultura na República das Tabocas. “

2 pensou em “Pedro Ferrer: Guardião da Cultura Vitoriense.

  1. Senhores,

    Não é comum esse tipo de atitude louvável e digna de registro. O comum, o corriqueiro em se tratando de serviço público, é justamente o contrário: pessoas se aproveitando dos cargos ou funcões públicas para “tirarem proveito próprio”, lucrando e muito com o “nosso dinheiro”.
    Que esse gesto sirva de exemplo.
    Parabéns!

  2. Este título de Guardião da Cultura é muito pomposo e forte e corre por conta dos exageros do Pilako. Além disto, cria uma responsabilidade muito grande. Cuidar da cultura é obrigação de todos. Basta cada um fazer sua parte. Pedro Ferrer

Deixe um comentário para pedro ferrer Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *