Do que rir Isaltino?

Por que esperneio, afinal? Para o dia de hoje tenho explicação: é que ao folhear o jornal, vi que o nosso Secretário Estadual de Transportes, pasta que abriga, entre outras ‘coisas’, o Departamento Estadual de Transito (Detran – PE), foi pego em blitz por conduzir sob efeito de alguns pileques.

Segundo matéria veiculada no caderno Política, no Diário de PernambucoIsaltino Nascimento (PT) foi autuado e ‘deve’ cumprir a mesma via crucis de um cidadão comum para recuperar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Com os meus botões, conclui que o Detran ao puni-lo e o secretário ao se submeter aos trâmites exigidos não farão mais do que suas obrigações. Elogiável, só o trabalho do BPtran, que ainda assim, por um ‘equívoco’, deixou margem para a possibilidade do recurso.

Não creio que o deputado do Partido dos Trabalhadores se recuse a pagar a multa. Acho até que deveria reprografar o boleto autenticado, como forma de oferecer o mínimo de satisfação aos seus eleitores.

É cômico, no entanto, se ter notícia de que a autoridade maior de uma pasta que regula e que, em tese, zela pelo cumprimento da Lei, exorbita-a sem sofrer o prejuízo da perda do cargo.

Amoral mesmo é a complacência do Palácio.

Tem mais: a articulista Marisa Gibson ao dar início à sua coluna de adulações, obtempera e insinua que o mal de Isaltino não foi o de simplesmente beber, mas o de ser ‘ingênuo’ – coitado!, a ponto de se deixar flagrar dirigindo alcoolizado. (A meu ver, uma aula de como não se fazer JORNALISMO).

Hum!

Agora, em março, chega a fatura do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, o famigerado IPVA. Propalam que é dinheiro para a conservação de estradas, para a infra-estrutura, para a saúde e a segurança no trânsito.

Na prática, porém, não é esse tipo de vinculação que se observa. Não conhecemos essa garantia de contraprestação de serviços. Na verdade, é dinheiro que pode seguir outros rumos, é dinheiro que pode ter outros caminhos, é dinheiro que, inclusive, como se vê, pode ter como destino final o desperdício.

Marcelo de Marco

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