Santo Antão

A Igreja Católica no decorrer de sua história atravessou sérias crises tanto teológicas, como morais. Em algumas saiu chamuscada. Chamuscada mas vitoriosa. Vitoriosa, por não ser dirigida por homens, mas sim pelo Divino Espírito Santo. E esse mesmo Espírito intervia nas crises através de sua divina pedagogia. Sabiamente utilizava os próprios homens. Fazia deles, com traumas algumas vezes, é bem verdade, instrumentos de seu magnífico plano, sem agredir, o que o homem tem de mais sagrado, sua liberdade.

No início do cristianismo, por influências do judaísmo e dos sábios gregos, surgiram muitas dúvidas doutrinárias que geraram as primeiras grandes heresias. Para combatê-las, o Divino Paráclito, lançou mão de seus doutores, os grandes padres da Igreja. Era a época da Patrística. Entre muitos temos: João Crisóstomo, Basílio, Inácio de Antioquia, Atanásio, Clemente de Alexandria,  Gregório de Nissa,  Jerônimo, Ambrosio,  Agostinho.

Na obscura Idade Média, novamente a Igreja entra em crise, dessa feita, mais moral que teológica. Entretanto o Espírito de Deus vela por ela. E através dos próprios homens, como Francisco de Assis e Catarina de Sena, encontrou-se a solução.

O mundo evoluiu.  Eis que entramos na efervescência do Renascimento e da Reforma. Mais uma vez o Espírito Santo pedagogicamente vai buscar  Inácio de Loiola, Teresa de Jesus (Teresa de Ávila), Erasmo de Rotterdam, Tomás Moro etc. Personagens cultas, formadoras de opinião, expoentes da intelectualidade cristã. O Pai, com seu carinho, vai ajudando o homem a crescer e os obriga a encontrarem as soluções. Após o Renascimento vem o período Barroco e a Contra Reforma. Nele vamos encontrar  Vicente de Paulo, Bossuet e João Batista de La Salle.

Nos dois últimos séculos despontam, Frederico Ozanam, Charles Péguy, Leão XIII, João XXIII, Pedro Casadálgia e Helder Câmara. Poderíamos citar muitos outros, todavia os mencionados são aqueles que primaram em levar a Igreja a trilhar seu caminho mais original e mais autêntico, a caridade.

E o que tem Santo Antão a ver com essa maravilhosa epopeia da Igreja? Retornemos aos primeiros séculos. Santo Antão foi contemporâneo de alguns dos Santos Padres.

Os Santos Padres, é importante frisar, nasceram num marco teológico que foi se originando a partir do Novo Testamento e são os detentores do legado da Igreja apostólica. Legado que tinha como principal opção, os pobres e os oprimidos.

Alguns dos Santos Padres da Igreja, como é o caso de Agostinho, que tinha dois anos de nascido quando Santo Antão morreu, receberam forte influência da carismática figura que era Santo Antão. Sua contagiante personalidade irradiou-se por muitos séculos.  Seu exemplo de fé, de desprendimento, de amor aos pobres marcaram, não só Santo Agostinho, o principal doutor da patrística latina, mas uma multidão de monges. Santo Antão com sua vida contemplativa solidificou e expandiu a prática monástica. Vale registrar a considerável marca que nosso PADROEIRO imprimiu na vida de Atanásio, um dos Santos Padres. Atanásio, quando jovem, atraído pela vida ascética, foi viver ao lado de Santo Antão que levava uma vida austera e contemplativa no deserto. Um dia, Alexandre, o Bispo de Alexandria, cidade egípcia que fica às margens do Mediterrâneo, visitando Santo Antão, conheceu Atanásio. Convidou-o para ir assessorá-lo em Alexandria e o ordenou diácono. Nessa época surgiu o arianismo, heresia que negava a divindade de Jesus Cristo. Essa doutrina causou muitos estragos entre os cristãos da época. Silenciosamente, pedagogicamente, “sem querer, querendo”, o Divino Espírito chamou Atanásio, que se tornou o cruzado da divindade de Jesus Cristo. Assumiu a causa, defendeu bravamente a ortodoxa doutrina, atraindo para si muitos inimigos.

Mais tarde, Atanásio, que foi canonizado após sua morte, enlevado pelo exemplo de Santo Antão, resolveu escrever lhe a biografia. Biografia essa, que tornou Santo Antão mais conhecido, difundindo seu exemplo, colaborando para propagar e solidificar a vida monástica.

Pedro Ferrer

3 pensou em “Santo Antão

  1. Amigo Pedro Ferrer sugiro a vc mais leitura, ou melhor, discernimento, pois em nada se compara a vida de Dom Heleder e Dom Pedro Casladaliga com o glorioso Santo Antão!
    Santo Antão foi em tido um buscador da verdade: vivia no silêncio, procurou o deserto, contemplava a verdade: buscando Deus de forma pura!
    Quanto a Dom Helder e Dom Casaldaliga esses dois eram e são modernistas, relativistas em matéria de fé e doutrina católica; Casaldaliga, por exemplo é um admirador do socilaismo/comunismo ateu, e que matou e fechou várias Igrejas Católicas, que matou Padres e Bispo, etc.
    O bom Dom Helder também flertou com o comunismo, ordenou Padres relativistas, gayzistaas, etc… È Santo?
    Antão ao contrário confirmou verdades católicas (portanto universais);
    E essa sua colocação de “amor aos pobres” não coaduna com Santo Antão, pois ele amando a Deus, teologicamente amou-nos todos: os pobres de espírito”, e não apenas os pobres materiais! (discurso político e esquerdista de nossos tempos)
    Sabia Santo Antão que riquezas não salvam, só e apenas a conversão a Deus!
    Vc acerta, amigo quando afirma que foi e é Espírito SAnto a conduzir a Igreja, porem erra na análise que faz de supostos profetas modernos!
    Vc por acaso já ouviu Dom Helder ir contra o aborto? Dom CAsaldaliga ir contra o aborto?
    Dom José CArdoso o foi! Quem é mais Santo?
    Abraços e que SAnto Antão nos proteja!
    E afastemos os “jumentos que querem derrubar o altar”!

  2. Reafirmo o que escrevi. Dom Helder e dom Pedro são profetas e propagadores do evangelho de Jesus Cristo. Tudo na sua época.
    Abraço, pa ra voce dr. Carlos

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