Investir na Educação ou Construir mais presídios?

“A educação abre as portas para os outros direitos e a violência não vem pela pobreza, vem pela desigualdade”, são dois axiomas irrefutáveis, que nos são repetidos e transmitidos diariamente através de livros, revistas, jornais etc.  Estas considerações são provenientes de um interessante e preocupante artigo publicado no “Jornal do Commercio” do dia 27 de novembro. O governo federal gasta mais de R$ 40 mil por ano com cada preso de um presídio federal e R$ 15 mil, no mesmo período, com um aluno universitário, o que corresponde a um terço da importância gasta com um detento. A nível estadual a coisa é mais grave, para cada preso, o governo de um estado gasta a média de R$ 21 mil reais,  nove vezes mais do que o gasto por um aluno do ensino médio, R$ 2.300 reais. Para os analistas o contraste dos investimentos explícita dois problemas no encaminhamento dessas áreas no Brasil: o baixo valor investido na educação e a ineficiência do gasto com o sistema prisional.

O papel da educação na formação da nossa infância e da nossa adolescência é relevante e sobejamente conhecido, todavia restringe-se ao papel e às decisões de gabinetes. Nossos governantes não a levam a sério. Valeria lembrar um imperador que esteve na “ Victoria”, no ano de 1859, e que nos arroubos do seu patriotismo exclamava, que abrir uma escola, é fechar um presídio. Cento e cinquenta e dois anos depois, os iluminados especialistas e pesquisadores da educação nesse país, não resolveram o único problema do país, que é a educação.

“A educação do povo é o nosso primeiro problema nacional; primeiro, porque o mais urgente; primeiro porque solve todos os outros; primeiro porque, resolvido, colocará o Brasil a par das nações mais cultas, dando-lhe proventos e honrarias e lhe afiançando a prosperidade e a segurança; e, se assim faz-se o primeiro, na verdade se torna o único”. (dr. Miguel Couto, médico e pesquisador, julho de 1927).  

Pedro Ferrer

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