Abelardo da Hora – por @historia_em_retalhos.

Se ainda estivesse entre nós, Abelardo da Hora completaria, hoje, 99 anos.

Não há um único cidadão que, andando pelas ruas do Recife, nunca tenha se deparado com alguma obra deste artista.

Escultor, desenhista, gravador, pintor e ceramista, Abelardo da Hora foi um homem à frente do seu tempo, precursor das artes plásticas em Pernambuco, influenciador de várias gerações.

Suas obras sempre revelaram preocupação social, tendo se notabilizado também pelo estilo próprio com que retratou a temática da mulher, com linhas e curvas inconfundíveis.

Para alguns, teria recebido influência da obra do pintor modernista Cândido Portinari.

Fundou a Sociedade de Arte Moderna do Recife, o Movimento de Cultura Popular e o Ateliê Coletivo.

Deste último (1952), participaram nomes como Gilvan Samico, José Cláudio, Wellington Virgolino e Aloísio Magalhães.

Uma curiosidade é que Abelardo era irmão do grande cantor de carnaval Claudionor Germano.

Além da arte, também teve participação na política, como membro do PCB, até o golpe de 1964, tendo sido figura destacada no processo de redemocratização do país.

Outra particularidade é que foi dele a iniciativa para a aprovação da Lei n° 14.239/80, que prevê a colocação de obras de arte em áreas construídas com mais de 1.000m², transformando o Recife em uma grande galeria a céu aberto.

Em outubro de 2018, a família divulgou uma carta em que esclarecia que todo o acervo pessoal de sua obra, avaliado em R$ 11 milhões, havia sido doado ao estado vizinho da Paraíba, a despeito de ter sido oferecido nas mesmas condições ao estado de Pernambuco.

Ficamos felizes pela aquisição por nosso estado irmão da PB, mas é difícil não se fazerem algumas indagações:

– seria algo tão impossível de conceber que a casa na Rua do Sossego, onde ele morou, poder-se-ia transformar em um memorial, acondicionando as suas obras para os turistas e, especialmente, para as futuras gerações?

– teria o estado de PE dado a Abelardo da Hora o reconhecimento que ele tanto merecia?

As perguntas pairam no ar, até hoje, no imaginário dos seus admiradores.

Mas a sua obra é perene e atemporal.

Abelardo é de todas as horas!
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