Joaquim José da Silva Xavier – por @historia_em_retalhos.

Em 21 de abril de 1792, era executado o alfere Joaquim José da Silva Xavier, o mártir Tiradentes.

Inspirada na Independência dos EUA e nos ideais ilustrados da Revolução Francesa, a Inconfidência Mineira de 1789 formou-se com o propósito de combater a cobrança da derrama, dispositivo fiscal que visava à arrecadação do quinto (20% do ouro da colônia), em benefício da Corôa.

O movimento foi traído por Joaquim Silvério dos Reis, que fez a denúncia para obter o perdão de suas dívidas com a metrópole.

Tomando conhecimento da conspiração, o governador de MG determinou a abertura do auto de devassa.

Em 18.04.1792, foi lida a sentença que condenava 11 inconfidentes à morte.

A pena capital de 10 condenados, porém, foi comutada para degredo, com exceção de Tiradentes, que foi executado e esquartejado.

Tiradentes é considerado patrono cívico do Brasil, tendo o seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria.

A ele, todas as nossas homenagens.

Porém, a data de hoje é importante, também, para jogarmos tintas em um grave pecado da historiografia nacional: o papel secundário dispensado ao frade carmelita Joaquim do Amor Divino Rabelo, o Frei Caneca.

Frei Caneca esteve à frente de duas revoluções (1817 e 1824) e sempre foi mantido à sombra de Tiradentes.

Há várias razões históricas que explicam essa distinção e te convido a ler o retalho que costuramos a respeito.

Atentemos para alguns aspectos das revoluções lideradas por Frei Caneca:

– profundidade (houve, de fato, uma ruptura, durante 75 dias).

– abrangência territorial (foram várias as províncias que aderiram).

– quantidade de envolvidos e mártires (de todas as classes sociais).

– organização (até uma constituição foi jurada e um governo provisório montado).

– e as consequências: enquanto em MG todos foram anistiados, com exceção do alfere, em PE, a repressão foi cruel e inclemente.

A intenção da Corôa era clara: apagar o que acontecera em PE, para que o seu exemplo jamais se replicasse no resto do país.

Na esteira desse esquecimento, veio o apagamento do nosso frei, líder e mártir de duas revoluções.

Fica a nossa reflexão.

Bom feriado, gente!
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