Águas do rio Bug – por Marcus Prado.

MUITOS POVOS LAVAM as crianças recém-nascidas nos rios ou no mar. Quando nasceu, na Chechelnyk, uma pequena cidade da região de Vinnytsia, Ucrânia, a pequenina Clarice Lispector foi lavada por seu pai, Pinkhas Lispector, no primeiro banho, como era tradição, nas águas do rio Bug. Baug dos godos, que antes viviam em grande número perto desse rio.

Anos depois, vindo morar no Recife, não era de estranhar o hábito do pai de Clarice ao levar a criança e suas irmãs para banho de mar, não menos de duas vezes por semana, na praia olindense dos Milagres. Saiam da outra rua dos judeus, no bairro da Boa Vista, e iam de bonde para a praia olindense. A mesma praia e banhos de mar lembrados anos depois por Clarice em suas famosas crônicas. Os passeios dos anos mais felizes de sua vida. Isso era repetido sempre por ela.

PS: No meu tempo de menino, haviam em Vitória de Santo Antão duas divinas parteiras: a Mãe Emília e a Mãe Edithe. A pedido das mães, levavam para deitar sobre o rio Tapacurá o umbigo dos seus recém-nascidos. Naquela época o Tapacurá fazia gosto de pescar e tomar banho nele, não é como hoje, com tamanha poluição.

Marcus Prado – jornalista 

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