Vem repercutindo bastante nas redes sociais uma fala do Papa Francisco em que, num tom descontraído e amistoso, interagiu com um padre brasileiro da cidade de Campina Grande: “vocês não têm salvação, É muita cachaça e pouca oração”.
Evidentemente que, dentro do devido respeito, a interpretação é livre. Quem sou eu para discordar ou questionar o Pontífice?
Coincidência ou não, na nossa “aldeia” – Vitória de Santo Antão – no mesmo dia, ou seja, quarta-feira, dia 26 de maio de 2021, o chefe do executivo local emitiu decreto proibindo, dentre outras coisas, o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas, durante dois finais de semana consecutivos – (29/05 – 06/06) praças, parques, pátios e etc. Tais determinações estão inseridas no pacote de medidas atenuantes ao grave momento pandêmico em que estamos atravessando.
Salvo pesquisa mais aprofundada, acredito ser a primeira vez na nossa história que o Poder Municipal toma tal atitude sintonizado com questões profiláticas, relacionadas à saúde pública. Como resultado, fotos que circularam em grupos de whatssapp, demonstraram que o Pátio da Matriz virou um deserto nesse final de semana.
Ligando os dois acontecimentos aqui relatados, ocorridos no mesmo dia e independente entre si, em que o primeiro teve repercussão internacional e o segundo apenas com efeito paroquiano, ressaltemos que a formação do nosso lugar, que atualmente atende pelo nome “Vitória de Santo Antão”, estão intimamente ligada aos dois temas: fé católica e produção de cachaça.
Aliás, sobre um dos principais elementos da nossa formação econômica – engenhos de cana de açúcar e rótulos de cachaça – o eminente presidente do nosso Instituto Histórico, professor Pedro Ferrer, escreveu o premiado livro “República da Cachaça”. Nele, o “Pedoca” relata com riqueza de detalhes os “sabores e dissabores” desse recorte temporal da economia do nosso lugar.
Para concluir ( não sei se pela “polêmica” causada pelo Papa Francisco) o aludido livro do professor Pedro deu uma “disparada” no preço nas lojas virtuais, ou seja: ninguém compra por menos de R$ 220,00. “A água só corre para o mar……”