Há 6 anos, Vitória se despedia do Monsenhor Renato – por Jean Michell.

Era um sábado ensolarado na terra de Diogo de Braga, 02 de maio de 2015 (HÁ EXATOS 6 ANOS). Inicio da tarde, o movimento da agitada feira livre começava a se dispersar, quando de repente, um alto e agudo som rompe o pátio da Matriz. Os Sinos da centenária e gloriosa Matriz de Santo Antão repicam em toque fúnebre. A cidade silencia. Os telefones começam a tocar a toda parte em busca de informações e rapidamente a triste notícia é disseminada: PADRE RENATO MORREU! Nas rádios da cidade começam a circular as comunicações oficiais emitidas pelo então Seminarista , hoje Padre Renato Matheus, vitória entra em luto e começa a preparar a despedida daquele que tanto fez por esta cidade.

A cada hora que passava começavam a chegar mais pessoas à igreja em busca de informações sobre o velório. Toda a programação das mídias da nossa cidade se voltaram para homenagens ao pároco falecido. As 19h, nas proximidades da Praça da Bíblia, o corpo é recepcionado, grande multidão está a espera, a urna funerária é posta no carro do corpo de bombeiros e se inicia o cortejo até a igreja Matriz.

Inúmeras homenagens são prestadas. Alguns choram, outros aplaudem, outros dizem: “Lá vai Padre Renato, Padre como esse, vitória nunca mais há de ver!”. Chegando as proximidades da Igreja Matriz os sinos repicam, se entoa a Marcha pontifícia para receber o corpo daquele que anos antes recebera o título de Capelão de Sua Santidade, o Papa, e entre palmas, vivas e aclamações, nos ombros de estimados amigos e paroquianos o corpo do referido sacerdote adentra pela última vez o templo que ele tanto amou.

No altar, estava o amigo de longas datas, Pe Rubens Soares que,  com dignidade e piedade, celebrou a primeira das seis missas de corpo presente que foram rezadas durante o velório que se estendeu por toda a noite e o dia seguinte. Toda a sociedade vitoriense unida em torno da Matriz de Santo Antão para se despedir do seu pastor, autoridades civis e religiosas se fizeram presentes, do mais simples e humilde paroquiano a maior autoridade ali presente, todos consternados com a perda do grande líder espiritual.

Os Padre André Martins, Josias Barbosa, Fernando Castro (in memorian) e Pedro Jorge, se revezaram durante todo o velório, celebrando o santo sacrifício em sufrágio da alma do Pe Renato. Um pouco antes das 16h, o corpo é levado para o calçadão da Matriz, nos ombros dos Seminaristas da Arquidiocese de Olinda e Recife, ao som da Salve Regina. A Praça da Matriz lotada de pessoas que queriam prestar sua última homenagem. Às 16h, Dom Antonio Fernando Saburido, Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, se unia a dezenas de padres – aqui registro de forma especial a presença do Monsenhor Romeu da Fonte, amigo de seminário do falecido –  diáconos, seminaristas e aos milhares de pessoas que se faziam presentes na Praça Dom Luiz de Brito para celebrarem a última missa de corpo presente. Uma bela celebração, marcada pela emoção da despedida e as homenagens pelos inúmeros feitos de Pe Renato.

Ao final da celebração, prestam suas homenagens o Deputado Estadual, Joaquim Lira, o filho espiritual Luciano Lima, e o paroquiano tão zeloso, Professor Mauro de Souza Leão, que fora praticamente interrompido durante seu nobre discurso por uma grande ventania que surpreendeu a todos os presentes. Na frente da Matriz, uma humilde fiel calmamente exclamou: “Padre Renato está no céu!” O Arcebispo proferiu a última encomendação, e concluiu a celebração.

Enquanto subia aos céus uma grande girândola, toda a multidão entoou em uma única voz, em homenagem ao seu pastor: “Aqui vou deixar meu coração, adeus Vitória de Santo Antão!”. Dados oficiais informam que cerca de 12.000 pessoas estavam presentes naquela última homenagem. O caixão, levado pelos  padres saiu da Matriz, passando pela Avenida Silva Jardim e seguiu até a Praça Diogo de Braga onde o carro do corpo de bombeiros esperava para conduzir a urna até o cemitério.

A frente do cortejo uma gigantesca fila de pessoas que carregavam as coroas de flores enviadas para homenageá-lo. As 20h a urna desceu à sepultura, no centenário túmulo no qual outrora foi sepultado o Cônego Bernardo de Carvalho. Ao fim do sepultamento um grande silêncio tomou toda a cidade que acabara de enterrar um grande pastor. Estas são memórias de um dia que ficará marcado para a história deste povo abençoado pelo patriarca Santo Antão.

Jean Michell – paroquiano da Matriz de Santo Antão.

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