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andreUma das coisas mais curiosas que já vi em Vitória de Santo Antão (algo que ocorre também em outras cidades) é o profundo apagamento de qualquer alternativa política no município. Parece haver um acordo, entre boa parte dos meios de comunicação, governantes e grupos com algum (ou muito) dinheiro, de proibir a menor menção a qualquer um que tente existir enquanto grupo político ou oposição não apadrinhada.

Essa é uma das piores violências que podem acontecer com a vida pública de um local: Os governantes nos tornarem sem voz. Definirem, de acordo com suas nece$$idades, quem pode ou não emergir. O caso é que não adianta o conteúdo que você tenha para dizer, pois os nossos governantes/grupos nem nos permitem existir no imaginário popular. É algo muito sério.

Por exemplo, há duas semanas houve uma matéria em um jornal, cuja capa sondava: Vitória tem TRÊS candidatos a deputado estadual. Absurdo! Basta olhar no site do Tribunal Eleitoral, e vamos perceber que a cidade tem muito mais que isso. Eu sou um deles. E o absurdo foi tamanho que incluíram um candidato que possui domicilio eleitoral em outra cidade como sendo de Vitória. Isso sem contar a falta de espaço em meio eletrônicos, rádios, etc. Onde, diferente dos outros, não divulgam nossa agenda, não realizamos entrevista ou alguma notícia é publicada sobre nossas propostas. A propósito, o nosso grupo, pelo que me consta, é o único até agora a apresentar projetos. Parece piada, mas não tem graça nenhuma.

Fico me perguntando qual a relevância para o município de você ter uma cor que tantas pessoas amam – seja vermelha, amarela, ou verde – e não ter a MENOR INTENÇÃO DE PROPOR ALGO DE NOVO NA CIDADE. Aliás, não entendo como NÃO propor projetos representa o novo. Pois a falta de propostas é uma das práticas mais antigas do município Vitória de Santo Antão. É tudo feito a base da “troca de influência” (de pai para filho, genro, sobrinho, etc). Na “opressão” financeira, ou seja, descarregam dinheiro em campanhas sem conteúdo. Vende-se a imagem, não a ideia.

Não tenho dinheiro. Não tenho como fazer os mais de 90 mil eleitores da cidade, saberem que eu existo. E vai ser difícil eu conseguir colocar um carro de som na rua, um banner, um outdoor, divulgação na TV, no rádio, em alguns dos blogs locais (aliás, os blogs são uma das coisas mais importantes que aconteceram no nosso município, no entanto, nem todos têm levado a cabo essa responsabilidade). Eu só tenho a voz do nosso grupo, que insiste há dois anos em dizer nessa cidade: “Vitória não pode mais ficar assim”.

Nesse instante, tem muita gente torcendo pelo nosso fracasso. Afinal, quem quer que um grupo sem dinheiro, sem padrinhos, mas, com propostas tenha votos? O exemplo pode ser perigoso para “quebrar o sistema” que há anos perdura na cidade. Depois do dia 5 de outubro, caso as pessoas não acreditem no nosso projeto, caso elas nem tenham ouvido falar na gente, caso a maioria dos votos dessa cidade tenham sido vendidos; nós vamos ouvir muitos fogos de artifícios, celebrando a Vitória do dinheiro sobre a Democracia. Não ficarei triste, pois fiz minha parte estou muito satisfeito de fazer parte de um grupo que quer o melhor pra cidade. Mas se sofrermos esse total apagamento dos nossos governantes, eles terãoa certeza, de que projetos e ideias não valem de nada. Pois pra eles, o que vale, e sempre valerá, é o velho e generoso DINHEIRO.

André Carvalho

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