PARA O DIA DO NORDESTINO – por Sosígenes Bittencourt.

Imagino Ariano Suassuna entrando no céu.
Surge Uma Mulher Vestida de Sol e pergunta: – Ariano, você sabia que morreu?
E o artesão do Auto da Compadecida: – E quem foi que nasceu pra não morrer?
Um escritor não tem que ser necessariamente triste. Ariano não o era. Era um visionário de alegrias. Difícil saber onde terminava o homem e começava o poeta. Sua arte se confundia com o seu dia a dia. Nunca vi alguém dizer que, uma vez perguntado, desejaria renascer um dia.
O escritor vive escrevendo.
O escritor morre escrevendo.
Até quando dorme, sonha escrevendo.
Um olho aberto e outro fechado,
uma folha de papel e uma caneta ao lado.
Assim, anda vivendo,
Assim, vive andando,
meio acordado, meio sonhando.

Sosígenes Bittencourt

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