Seduzida pela fama alcançada pelo melhor jogador e artilheiro da Copa do Mundo de 1938, a Lacta resolveu rebatizar um de seus produtos, nascendo, aí, um dos chocolates mais populares do Brasil: o Diamante Negro.
Este pode ser considerado um dos primeiros passos do marketing esportivo brasileiro.
Por 2 milhões de réis (aproximadamente, R$ 2 mil hoje), Leônidas da Silva cedeu definitivamente à marca os direitos sobre o seu apelido.
O ex-atacante, autor de 37 gols em 37 partidas pela seleção brasileira, também foi rosto de marcas como Kolynos, Emagrina, cigarros Sudan e teve uma linha de relógios que levava o seu nome.
Àquela época, ao lado de Getúlio Vargas e do cantor Orlando Silva, o jogador era uma das três pessoas mais conhecidas e reverenciadas do país.
Porém, o racismo também foi implacável com o inventor do gol de bicicleta.
Apesar de todo o talento com a bola nos pés, Leônidas não escapou da sanha racista que persiste no esporte até hoje.
Era um afronta que um jogador negro frequentasse espaços considerados da elite e fosse garoto-propaganda de diversas marcas.
Quando atuava pelo Flamengo (1942), chegou a ser preso, por oito meses, por razões até hoje pouco claras.
No mundial de 1938, na semifinal contra a Itália, a surpresa: o craque fora mantido no banco.
Carece de provas, mas há uma corrente que diz que o Brasil foi eliminado naquele jogo porque o técnico Ademar Pimenta teria sido subornado pelo governo fascista de Mussolini, para não escalar Leônidas, por ele ser o melhor jogador e ser negro.
Até hoje, essa e outras dúvidas pairam no ar.
O “homem-borracha” viveu até os 90 anos, falecendo em 2004.
Deixou como legado uma história riquíssima e a lembrança de ter sido um dos maiores jogadores da história, abrindo as portas para as futuras estrelas não brancas do futebol brasileiro, como Garrincha e Pelé.
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