Já estávamos nos acostumando aos noticiários diários das olimpíadas. Algumas pessoas, com mais tempo e fissurados em disputas esportivas, trocavam noites e madrugadas pelo dia. Ao final do maior espetáculo esportivo do planeta, mesmo sob os efeitos da pandemia, o Brasil avançou no quadro de medalhas, cravando sua melhor participação.
Com exceção do “ouro” no futebol masculino e da nossa “prata” no vôlei feminino, os nossos atletas dos chamados esportes coletivos não foram tão bem. Mas, já em outras modalidades, logramos êxitos bem consistentes. O curioso dessas conquistas é que boa parte delas surgiram justamente sob a batuta de atletas desconhecidos das cidades do Nordeste.
Pois bem, em duas outras oportunidades, aqui no blog, realcei que nossa “aldeia”, Vitória de Santo Antão -, em se tratando de olimpíadas, jogou fora duas oportunidades dignas de alcançar o lugar mais alto de pódio.
A primeira delas e a mais importante, nos remete ao inicio da década 1970. Corria o segundo mandato do prefeito José Augusto Ferrer. Imbuído dos melhores sentimentos, sobretudo na construção de um futuro alvissareiro, o mesmo investiu na construção do Centro Desportivo do Município. O mesmo, para os que não lembram, ficava localizado na área total em que hoje está instalado a sede da AABB. Esse foi, por assim dizer, o primeiro sonho olímpico da nossa cidade que, logo em seguida, gestões municipais cuidaram de destruir, tanto do ponto de vista conceitual quanto na questão estrutura física, dando-lhe destino menor, ligado ao campo do varejo da política mesquinha.
Por ocasião das olimpíadas no Brasil, ocorridas no ano de 2016, vivenciamos a segunda frustração. Na “peregrinação” da tocha olímpica em nosso estado a mesma não desfilou na nossa pujante Vitória de Santo Antão. Chegou bem pertinho, na vizinha cidade de Gravatá e ‘pulou” nossa terra, deixando-nos todos órfãos de momentos históricos inesquecíveis.
As olimpíadas de Tóquio, ocorridas em condições nunca antes imaginada, em função da pandemia, fechou as cortinhas recentemente nos mostrando que tudo é possível. Que mesmo os atletas brasileiros de cidades interioranas, sem muita condição e poucos recursos, podem ascender ao topo do mundo. Dificuldades não devem ser “romantizadas”, devem ser enfrentadas e superadas.
Portanto rogo que os “Deuses do Esporte” tenha piedade dos antonenses e, em comunhão com o Glorioso Santo Antão – nosso protetor – nos concedam outras oportunidades olímpicas, mas que desta vez, os políticos de plantão, muito deles verdadeiros exterminadores de futuro, não atrapalhem os nossos sonhos reais…..