Zito e Romildo Mariano - Carnaval 1962. Foto: Arquivo Pessoal do Blogueiro

Tomamos conhecimento que o carnaval vitoriense de 2012 terá como homenageados os irmãos Romildo e Zito Mariano, nosso tio e pai respectivamente. Tio Romildo, ou, Zé como assim também lhe chamava, era carnavalescos dos bons, vibrador e “gastador” pelos seus clubes de coração, (O Leão e a Cebola), não media esforços para ajudar as agremiações irem para a rua.

Seu Zito, carnavalesco autêntico, conseguiu a proeza de “introduzir nas veias” dos filhos, o genoma do tipo “tríduo momesco”, isso porque, já houve época, em que todos os 10 filhos, de uma maneira ou de outra participavam ativamente do carnaval vitoriense.

Entre tantos momentos marcantes durante os carnavais, de alegria e satisfação, vividos ao lado de papai, nos desfiles da Girafa, nos bailes do Camelo, nos antigos corsos, nas visitas das agremiações em nossa casa e na produção, elaboração e execução do Bloco da Saudade, um desses momentos vividos de maneira triste, narrarei pela primeira vez, um fato que aconteceu no carnaval de 2009:

Ao chegar terça-feira de carnaval, às 9h30 em nossa casa, para tomar algumas providências referente ao desfile do Bloco da Saudade, ocorrido na noite anterior, papai, aproveitando que estávamos a sós, perguntou-me meio encabulado: Hoje é que dia mesmo de carnaval?

Confesso, que tal pergunta cortou-me o coração, isso porque acabava de constatar que o “danado do Alzheimer” havia chegado ao ponto de fazer aquele carnavalesco, confundir os dias da festividade que mais lhe agradava.

Filosoficamente falando, onde se diz: “a expectativa, faz parte do prazer”, fico sentido por não ter sido consultado (nem também nenhum outro membro da nossa família) por parte da Prefeitura, até porque, é de bom tom, sempre nessas ocasiões, sondar a família ( e ai eu isento o senhor Elias Lira, que não tem traquejo social ) para contribuir de maneira enriquecedora, com documentos, fotografias, filmes, histórias e tantas outras coisas inéditas para ilustrar, ainda mais, a justa homenagem, de maneira que proporcionasse para a população conhecer em detalhes esse grande homem, esposo, pai, avô e carnavalesco Zito Mariano.

É oportuno registrar que sequer fomos convidados pelo senhor Paulo Roberto (Secretário de Cultura, Turismo e Esportes) para a solenidade de lançamento das homenagens ao nosso pai e tio. Mas, de toda sorte, se até os bons carnavalescos passaram e hoje habitam no mundo das lembranças, imaginem aqueles que não têm sentimento algum pelo carnaval vitoriense?