
Morreu ontem, dia 20, aos 85 anos, o cantor Lindomar Castilho, conhecido como o “rei do bolero”.
O que poucos lembram, porém, é do terrível crime que marcou para sempre a sua vida: o assassinato de sua ex-mulher, Eliane de Grammont, no ano de 1981.
Castilho e Eliane conheceram-se no ano de 1979, nos corredores da gravadora RCA, em São Paulo.
Ele já era conhecido como o “rei do bolero”, enquanto ela ainda ensaiava os primeiros passos na carreira como cantora.
Iniciaram um relacionamento e, quando pensaram em casar, decidiram que Eliane abandonaria a carreira artística, para se dedicar exclusivamente ao lar.
O casamento não prosperou.
Devido às agressões e e às crises de ciúme, alimentados pelo alcoolismo de Lindomar, Eliane, aos 25 anos, pediu a separação, o que fora rechaçado pelo marido, que passou a persegui-la.
Na tentativa de retomar a carreira artística, Eliane começou a se apresentar com Carlos Randall, primo de Lindomar, despertando em seu ex-marido a desconfiança de que os dois tinham um relacionamento amoroso, situação que se agravou quando Randall também se separou da mulher.
Na madrugada de 30 de março de 1981, enquanto cantava a canção “João e Maria” (Chico Buarque), no Café Belle Époque, em São Paulo, Eliane foi alvejada por Castilho em pleno palco com cinco disparos fatais.
A cantora faleceu na hora, deixando a filha Lili de Grammont com apenas dois anos de idade.
Lindomar tentou fugir, mas foi contido.
Preso em flagrante, foi condenado a 12 anos e 2 meses de prisão em júri popular.
Depois de cumprir a pena, sendo seis anos em regime semiaberto, ganhou a liberdade em 1996.
A morte de Eliane causou forte comoção e reforçou debates sobre a violência contra a mulher, ainda incipientes naquele início dos anos 1980.
Até hoje, este feminicídio permanece como um dos episódios mais chocantes da história cultural brasileira, tanto pela violência, quanto pelo local onde aconteceu: um palco, durante uma apresentação.
Apesar do crime, Lindomar Castilho construiu uma carreira de sucesso, sendo a voz de “Você É Doida Demais”, tema de abertura da série Os Normais, e do clássico brega “Tapas e Beijos”.
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