Vida Passada… – Domingos Monteiro – por Célio Meira.

Nasceu Domingos Jací  Monteiro, no dia 13 de março de 1831, no Munícipio Neutro, quando se processava, tormentosamente, a abdicação de d. Pedro I, e aos treze anos de idade, assumia, no colégio, as graves responsabilidade a ler, aos companheiros. E, aos 16, assinava, nos jornais, artigos e crônicas, e os primeiros versos, cheios de lirismo, e de graça, que recordavam, com certeza, nomes de mulher….

Inteligente, de uma cultura invulgar, àquele tempo, era, Domingos Monteiro, no conceito de Álvares de Azevedo, diz o beneditino historiador do “Galeria Nacional”, “um poço inesgotável” de sabedoria. Aprendeu taquigrafia, e no Senado do Império, prestou serviços relevantes. Taquigrafou os grandes e os pequenos discursos, sem equívocos, e sem erros.

Em 1854, aos 23 anos de idade, depois de um curso brilhante, conquistou a carta de doutor em medicina, e anos mais tarde, na Alemanha, obteve a láurea de bacharel. Poliglota dos mais afamados de seu tempo, entregou-se, pacientemente, ao estudo da filosofia, lendo, no original, escritores célebres, de nacionalidades diferentes, e alcançando, em pouco tempo, nome e fama, nas questões teológicas.

Regressando à Pátria, ingressou nas esferas políticas, prestando serviços inestimáveis ao governo, e à causa pública. Homem honesto, de costumes austeros, mereceu a honra de governar a província do Amazona. Durante um ano, mais ou menos, de 1876 a77, presidiu os destinos dessa província, servindo, desse modo, e com elevada moral, ao partido, conservador. Dirigia, nessa época, os negócios políticos e administrativos da monarquia, o gabinete Duque de Caxias.

No corpo taquigráfico do sendo, na clínica, na governança do Senado e na sociedade, foi, sempre, Domingos Monteiro, homem de elevadas virtudes cívicas e morais. Coração generoso, praticou, largamente, a caridade. Serviu à Igreja Católica, na linha dos vanguardeiros. E morreu, aos 65 anos de idade, tranquilamente, iluminado pelas graças de Deus

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

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